Corinthians: diretor jurídico saiu após Augusto manter cartola pressionado
Yun Ki Lee se desligou do cargo de diretor jurídico do Corinthians após não ter um pedido atendido por Augusto Melo. O advogado queria o afastamento do diretor administrativo, Marcelo Mariano, o Marcelinho, em forma de licença. Isso enquanto fossem apurados fatos relacionados ao pagamento de comissão por intermediação do contrato de patrocínio com a VaideBet.
O presidente corintiano, porém, respondeu que Marcelinho é de sua confiança e que não o afastaria sem provas de irregularidade. A informação de que Yun não foi atendido no pedido para que o diretor administrativo ficasse em licença temporária foi publicada anteriormente pelo "Meu Timão" e confirmada pela coluna.
A saída de Yun foi anunciada pelo clube na noite da última sexta (24). Segundo a nota oficial emitida pelo Alvinegro, Fernando Perino, que atuava como adjunto no departamento jurídico, também solicitou desligamento.
A coluna enviou perguntas para Yun sobre a sua saída, mas não obteve resposta até a publicação deste post.
Desde a última segunda, após publicação de Juca Kfouri no UOL sobre o caso da comissão, Augusto vem sendo pressionado para afastar Marcelinho, além de Sergio Moura, superintendente de marketing.
Moura pediu licença de seu cargo por tempo indeterminado na última quinta. Ele alegou que tomou a medida para adotar providências contra calúnias, difamações e injúrias que afirmou ter sofrido e preservar o clube.
A reportagem que incendiou o Parque São Jorge mostra indício de uso de laranja em movimentação financeira da empresa paga por intermediar o acordo entre o Alvinegro e o site de apostas, a Rede Social Media Design.
Nenhuma acusação foi feita aos dois cartolas, mas ambos são citados no post. Marcelinho aparece como quem determinou o pagamento de R$ 1,4 milhão devido para a Rede Social Media na ausência do diretor financeiro, Rozallah Santoro, que estava viajando.
O valor é parte dos R$ 25,2 milhões parcelados prometidos pelo clube para a Rede Social Media Design como comissão.
Marcelinho não se pronunciou sobre o assunto.
Internamente, porém, quem defende o diretor administrativo diz que ele precisou pedir o pagamento por conta da ausência do diretor financeiro. Por essa versão, ele não atropelou o cronograma de pagamentos estabelecido por Rozallah.
Um dia antes da saída de Yun, Rozallah decidiu pedir demissão, mas foi convencido a ficar por Augusto. Ele havia ficado descontente com uma entrevista na qual o presidente defendeu o diretor administrativo e o alfinetou.
Três medidas
Na conversa com Augusto, Yun recomendou ao presidente a adoção de três medidas relativas ao caso. Ou seja, duas além da aplicação da licença ao diretor administrativo. As ações são consideradas pelo ex-diretor jurídico práticas de governança corporativa.
Uma foi a contratação de uma empresa para fazer investigação empresarial dentro das normas legais sobre o suposto uso de laranja por parte da Rede Social. Conforme apurou a coluna, Augusto aceitou a ideia.
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Quero receberOutro pedido foi o envio de notificação para a Rede Social com pedido de explicações sobre o caso, o que já foi feito.
A única medida não aceita foi o afastamento temporário de Marcelinho. Yun disse ao presidente que eles tinham uma divergência e selou seu desligamento.
A nota divulgada pelo Corinthians não revela detalhes da saída dos dirigentes, apenas comunica que eles deixaram os cargos.
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