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Atacado, diretor administrativo ganha status de intocável no Corinthians

Pressionado, Marcelo Mariano, o Marcelinho, diretor administrativo do Corinthians, ganhou status de intocável no clube.

Ele já superou pelo menos duas cobranças feitas por integrantes da gestão ao presidente do Alvinegro, Augusto Melo, por seu afastamento. Seria pelo menos uma licença até a apuração de desdobramentos do caso de pagamento de comissão por intermediação do contrato de patrocínio com a VaideBet.

Conforme a pressão aumentou, Augusto deu declarações públicas e internas demonstrando confiança no diretor.

Marcelinho também ganhou o apoio de um núcleo de conselheiros próximos a Augusto que tentam ajudar o presidente a blindá-lo.

A situação do diretor administrativo contrasta com a do superintendente de marketing, Sergio Moura, pressionado pelo mesmo motivo.

Ele pediu licença por tempo indeterminado na última quinta (23). Moura alegou que tomou a decisão para se defender de injúrias, calúnias e difamações que teria sofrido e para preservar o clube.

As cobranças pelos afastamentos de Marcelinho e Moura explodiram após reportagem na coluna de Juca Kfouri no UOL.

A publicação mostrou existir indício de uso de laranja em movimentação financeira da Rede Social Media Design, paga por intermediar o acordo entre o Alvinegro e o site de apostas. Alex Cassundé, dono da empresa, não respondeu à mensagem da coluna sobre as transferências que geraram suspeitas.

Moura e o diretor administrativo foram citados na reportagem. Vale ressaltar, que não há comprovação de ações irregulares por parte dos dois.

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De acordo com a postagem, Marcelinho determinou o pagamento de R$ 1,4 milhão para a Rede Social Media na ausência do diretor financeiro, Rozallah Santoro, que estava viajando.

Os que querem o afastamento de Marcelinho enxergam ingerência indevida dele na área financeira e pedem uma apuração para saber as razões de sua atitude. A coluna tentou ouvir o diretor administrativo no início das cobranças, mas ele prefere não se manifestar.

No último dia 20, integrantes da gestão pediram para Augusto afastar o diretor até a apuração do caso. Ouviram como resposta que o presidente não o afastaria sem provas.

"Se o diretor financeiro não estava lá, o que ele [Marcelinho] fez? Manda pagar", disse o presidente corintiano ao canal do influenciador Cross.

Na mesma entrevista, o dirigente afirmou: "o Marcelo Mariano é um cara muito profissional, um cara capacitado, que conhece de tudo. E ele está ao meu lado lá. É um diretor meu de confiança".

A entrevista fez Rozallah decidir pedir demissão, mas Augusto o convenceu a ficar. O episódio aconteceu na última quinta.

No dia seguinte, Yun Ki Lee, diretor jurídico, pediu demissão, após Augusto se recusar a aplicar licença em Marcelinho até uma empresa contratada pelo clube apurar o caso.

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Essa era uma das três medidas recomendadas por Yun relativas aos desdobramentos do pagamento da comissão. Foi a única não atendida. Outra foi o envio, já feito, de notificação para a Rede Social, com pedido de explicações. Completa o pacote indicado pelo ex-diretor jurídico a contratação de uma empresa para fazer uma investigação empresarial sobre o caso. A Ernest & Young foi acionada para a missão.

Diante da divergência, o diretor jurídico pediu demissão. Seu adjunto, Fernando Perino, também saiu.

Yun era considerado um integrante de peso da diretoria de Augusto. O episódio ajuda a dimensionar a força dada pelo dirigente ao diretor administrativo.
Aliados do presidente afirmam que Marcelinho é um dos nomes mais influentes da gestão, sendo ouvido pelo presidente sobre diversos temas.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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