Corinthians: Polícia Civil instaura inquérito em 'caso de laranja'
A Polícia Civil de São Paulo instaurou nesta sexta (7) inquérito para investigar a suposta ligação da Rede Social Media Design com uma empresa supostamente aberta em nome de laranja. A Rede Social intermediou o contrato entre Corinthians e Vai de Bet. O acordo foi rescindido pela empresa de apostas, também nesta sexta, por causa dos efeitos do escândalo.
A portaria que determina a instauração é de autoria do delegado Tiago Fernando Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Há a suspeita de pelo menos dois crimes: lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Ele tomou a medida após uma investigação preliminar, chamada da Verificação de Procedência de Informações (VPI).
Pesou para a decisão o fato de a investigação ter descoberto que a mulher supostamente usada como laranja tem duas empresas em seu nome, não uma como se pensava. Edna Oliveira dos Santos afirma que não abriu nenhuma das duas.
Uma delas é a Neoway Soluções Integradas, que recebeu transferências da Rede Social, após pagamento de R$ 1,4 milhão como parte da comissão pela intermediação. A outra, segundo o documento que instaura o Inquérito, é a Edna Oliveira Santos ME.
Outra informação considerada relevante é a de que os investigadores não encontraram rastros da Neoway no endereço que seria da empresa. O mesmo aconteceu no local apontado como a residência de Edna na ficha cadastral da Neoway na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo).
"Evidentemente, esse contexto fático me fez concluir que a "NeoWay" é uma sociedade de fachada, constituída fraudulentamente e utilizada, tudo indica, para a ocultação e dissimulação de valores espúrios, práticas respectivamente violadoras dos comandos penais consubstanciados nos artigos 299 (falsidade ideológica), 'caput', do Código Penal e 1º, 'caput', da Lei n.º 9.613/98 (lavagem de dinheiro), sem prejuízo de outras tipificações que possam eventualmente surgir com o avanço das investigações", escreveu o delegado na portaria de instauração.
Seguir o dinheiro será o caminho principal das investigações. "Os fatos, como se vê, carecem de percuciente apuração, notadamente a identificação do caminho percorrido pelo dinheiro e os rastros deixados ("follow the money"), a partir do qual será possível desbaratar outras operações e desarticular aqueles que possivelmente estejam por trás de todo este intrincado concerto delitivo", completou o delegado.
O documento também mostra que até esta sexta o Corinthians ainda não havia respondido ao pedido de informações do delegado. O clube diz que irá responder.
Durante o inquérito, além de oitivas com os envolvidos, poderão ser pedidas à Justiça medidas como quebras de sigilos bancários e telefônicos.
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