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Perda da Vai de Bet afunda projeto de credibilidade de Melo no Corinthians

Ao anunciar que decidiu rescindir o contrato de patrocínio com o Corinthians, a Vai de Bet nocauteou o projeto de resgate de credibilidade alardeado por Augusto Melo.

"Estamos resgatando a credibilidade, estamos trabalhando forte para mostrar para as empresas que a marca Corinthians pode agregar", disse Augusto Melo ao anunciar o contrato de patrocínio, em 7 de janeiro.

No entanto, em seu comunicado, a Vai de Bet indica que enxerga o Alvinegro caminhando em outra direção.

A empresa optou pela rescisão por não ter ficado satisfeita com as explicações sobre os desdobramentos do pagamento de intermediação do contrato.

Reportagem da coluna de Juca Kfouri no UOL noticiou que a Rede Social Media Design, intermediadora do acordo, fez transferências para uma empresa, a Neoway Soluções Integradas. Isso depois de receber R$ 1,4 milhão do clube por parte dos R$ 25,2 milhões acordados como comissão.

A destinatária do dinheiro é suspeita de usar, sem consentimento, laranja em sua abertura. A polícia investiga o caso. O Corinthians diz ser o maior interessado em esclarecer os fatos.

A casa de apostas considera que não houve "resolutividade" nas respostas da agremiação. "A marca avalia que não se pode manter a parceria enquanto pairar sobre o acordo qualquer suspeita em relação a condutas que fujam à conformidade com a ética e os preceitos legais", escreveu a Vai de Bet.

Não é a oposição atirando. É um patrocinador, agora ex, falando em suspeita de falta de ética. Demolidor, o golpe tem potencial letal para o discurso de credibilidade de Augusto.

O dirigente falava em valorizar a marca do Alvinegro com um trabalho transparente e ético. Não é preciso ser especialista em marketing para imaginar que o episódio tende a desvalorizar o espaço na camisa corintiana.

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Difícil acreditar que alguma empresa tope pagar os R$ 370 milhões que a Vai de Bet desembolsaria em três anos de contrato.

Enquanto a credibilidade da gestão agoniza, Augusto terá, ao mesmo tempo, que:

- Buscar um patrocinador master. Se com um já estava difícil pagar as contas, imagine sem ele.

- Lidar com a possível saída de Carlos Miguel, goleiro titular.

- Cuidar da rescisão com a Vai de Bet, sem ter um diretor jurídico empossado.

- Enfrentar uma oposição articulada e alimentada por erros e divisões da situação.

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A missão é complexa, ainda mais para quem até aqui se notabilizou por protagonizar lambanças.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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