Corinthians responde à polícia sobre intermediação por Vai de Bet
O Corinthians respondeu nesta quarta (12) aos questionamentos feitos pela Polícia Civil de São Paulo sobre a intermediação do contrato entre o clube e a Vai de Bet.
O ofício havia sido endereçado ao presidente da agremiação, Augusto Melo, no último dia 4.
Respondendo a uma das perguntas feitas pela polícia, o clube informou que não assinou contrato de prestação de serviços de marketing com a Rede Social Media Design, responsável por intermediar o acordo. Ou seja, a relação oficial entre as partes se restringe à intermediação, registrada no contrato de patrocínio.
Procurada, a assessoria de imprensa do Corinthians afirmou que o clube não iria confirmar ou não a informação sobre as respostas por conta de o caso estar em andamento e com a polícia.
A intermediária fez transferências para a Neoway Soluções Integradas. A polícia concluiu que a destinatária do dinheiro é uma empresa de fachada.
Também atendendo à solicitação policial, foi enviado para o delegado Tiago Fernando Correia o contrato com a Vai de Bet. No documento, a Rede Social Media aparece identificada como intermediária.
Essa informação era considerada importante para a polícia. Um dos pontos da investigação é saber se, de fato, houve trabalho de intermediação que justifique o pagamento de comissão.
Conforme mostrou a coluna de Juca Kfouri no UOl, após receber R$ 1,4 milhão do Corinthians, como parte da comissão prometida, a Rede Social fez transferências para a Neoway.
A empresa que recebeu o dinheiro está no nome de Edna Oliveira dos Santos, beneficiária do Bolsa Família e que diz desconhecer ser a proprietária.
Para a polícia, ela foi usada sem saber como laranja por alguém ainda não identificado. No total, a comissão prometida tinha sido de R$ 25,2 milhões.
O escândalo abalou o Corinthians, motivando a Vai de Bet a rescindir o contrato e provocando uma debandada de diretores. Vale ressaltar que, segundo Correia, nenhum dirigente do Corinthians é tratado como investigado neste momento.
Próximos passos
Antes de receber a resposta corintiana, a polícia já tinha ouvido Edna. Ela confirmou não ter aberto a Neoway. Neste momento, o foco do inquérito instaurado pelo delegado da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) é decifrar o papel da Neoway.
Por isso, nos próximos dias, Correia deve pedir para a Justiça o sequestro de ativos financeiros da empresa e a quebra dos sigilos bancário e fiscal dela. A meta é seguir o dinheiro recebido pela Rede Social como comissão do Corinthians.
Outro passo importante é ouvir o depoimento de Alex Cassundé, dono da Rede Social.
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