Dono de empresa envolvida em escândalo 'falta' a depoimento no Corinthians
Alex Cassundé, dono da empresa que intermediou o contrato entre Vai de Bet e Corinthians, foi convidado para depor na Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo (CD) do clube. No entanto, ele não respondeu aos dois comunicados enviados pelo órgão.
O depoimento seria tomado na última terça-feira (11), mas o dono da Rede Social Media Design, suspeita de envolvimento com uma empresa de fachada, não apareceu.
No mesmo dia, o colegiado pretendia ouvir Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico do Alvinegro. Ele não compareceu, mas enviou um comunicado com explicações.
Na quinta, seria a vez de Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing. Seu advogado pediu para ter acesso aos autos do procedimento antes do depoimento, que será remarcado.
A comissão enviou o convite para Cassundé no endereço e para o e-mail que constam no contrato com a Vai de Bet para notificações para a Rede Social aos cuidados do empresário. Até a publicação deste post, o empresário não respondeu à pergunta enviada por este colunista sobre sua ausência.
O delegado Tiago Fernando Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), espera ouvir Cassundé na próxima semana.
Como mostrou a coluna de Juca Kfouri no UOL, após receber R$ 1,4 milhão do Corinthians, a Rede Social fez transferências para a Neoway Soluções Integradas. A empresa que recebeu o dinheiro está no nome de Edna Oliveira dos Santos, beneficiária do Bolsa Família e que diz desconhecer ser a proprietária.
Após investigação preliminar, a polícia concluiu que a destinatária do dinheiro é uma empresa de fachada. O caso abalou o clube. A Vai de Bet rescindiu seu contrato e houve uma debandada de diretores.
Entre os que pediram para sair está Yun. Procurado para falar sobre não ter prestado depoimento para a comissão, o advogado pediu que o tema fosse tratado com o presidente do Conselho Deliberativo.
Sigilo profissional
A coluna, então, ouviu Romeu Tuma Júnior, que preside o CD.
"Yun foi convidado pela comissão. Ele alegou sigilo profissional para não comparecer, mas prestou alguns esclarecimentos. Dentre os quais, que havia intermediário desde o início e que a própria direção do departamento jurídico assumiu a responsabilidade pelo 'back ground check' [checagem de antecedentes que teria feito o papel da área de compliance] dos envolvidos.
Tuma Júnior também confirmou as informações da coluna sobre os não comparecimentos de Cassundé e Moura.
No caso do ex-superintendente, os dados solicitados serão apresentadaos ao advogado dele antes do depoimento.
Procurado pela coluna, Moura disse que não poderia falar por ordem de seus advogados. Em seguida, ele confirmou que teve seu contrato com o Corinthians rescindido. No último dia 23, Moura havia anunciado que pediu licença por tempo indeterminado.
A Comissão de Justiça apresentará um relatório ao CD depois que concluir a apuração. Ela pode solicitar medidas internas, se verificar que alguém ligado ao Corinthians prejudicou o clube na operação.
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