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ReportagemEsporte

Após Cassundé, polícia quer ouvir detetive em caso que abalou Corinthians

A Polícia Civil de São Paulo espera notificar ainda nesta semana o detetive particular Felipe Lacerda. Ele estaria envolvido numa investigação paralela sobre a empresa Neoway Soluções Integradas, ligada ao caso policial que abalou o Corinthians.

A ideia é que ele seja o próximo a ser ouvido no inquérito policial instaurado na 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Isso depois de ser tomado, nesta terça (25), o depoimento de Alex Cassundé.

Figura central na investigação, Cassundé é o dono da Rede Social Media Design, intermediária do contrato de patrocínio entre Vai de Bet e Corinthians.

Conforme mostrou a coluna de Juca Kfouri no UOL, após receber R$ 1,4 milhão do Corinthians como parte da comissão combinada, a Rede Social fez transferências para a Neoway Soluções Integradas.

A destinatária do dinheiro está registrada em nome de Edna Oliveira dos Santos, que disse desconhecer ser a proprietária e foi usada como laranja, segundo a polícia.

Antes de o caso vir à tona e sacudir o Corinthians, Edna foi abordada por Adriana Ramuno, que buscava informações sobre a Neoway e a operação financeira com a Rede Social.

Identificada pela polícia, ela afirmou em depoimento trabalhar para a agência de investigação particular Vênus, da qual Lacerda é o dono. Adriana disse não saber quem contratou a agência.

Segundo o Fantástico, da Rede Globo, Armando Mendonça, segundo vice-presidente do Corinthians, é suspeito de contratar o detetive Lacerda.

A coluna, no entanto, apurou que, formalmente, a suspeita relacionada ao dirigente do Corinthians não aparece por enquanto no autos do inquérito policial.

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O depoimento de Lacerda poderá esclarecer se há ligação do dirigente do Corinthians com a investigação paralela.

O caso é secundário no inquérito. As prioridades são desvendar se houve irregularidade na intermediação do contrato entre Vai de Bet e Corinthians e se a Neoway faz parte de um esquema de lavagem de dinheiro.

Porém, a polícia quer saber quem tem interesse em investigar de maneira paralela o caso e qual a motivação para isso. As respostas, em tese, podem ajudar na montagem do quebra-cabeça.

À coluna, o vice-presidente do Corinthians não respondeu se contratou detetives particulares para investigarem o caso.

"Sobre os fatos comentados na reportagem [do Fantástico], aguardo a apuração da autoridade policial competente", declarou Mendonça.

Por sua vez, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, disse que a Comissão de Justiça do órgão vai apurar a suspeita informada pelo Fantástico.

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Cassundé

Em seu depoimento, o dono da Rede Social será indagado sobre o motivo dos repasses para a Neoway. Além da relação com a Neoway, considerada no inquérito uma empresa de fachada, a polícia quer saber se, de fato, a Rede Social intermediou o contrato entre Vai de Bet e Corinthians.

Em entrevista ao UOL, Cláudio Salgado, advogado de Cassundé, afirmou que seu cliente é vítima. No entanto, ele disse que só poderia explicar a relação da Rede Social com a Neoway após o depoimento.

Em contranotificação assinada por ele e enviada para Corinthians e Vai de Bet a Rede Social diz que contratou a Neoway para implementar softwares de telemedicina.

Na última segunda, a Justiça determinou a apreensão dos telefones celulares de Cassundé. A informação foi publicada primeiramente pelo ge. A Justiça também atendeu ao pedido da defesa de Cassundé e decretou o sigilo do inquérito.

O escândalo policial culminou com a decisão da Vai de Bet de rescindir o contrato e provocou uma debandada de diretores da gestão de Augusto Melo no Corinthians.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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