António não é o maior problema do Corinthians, mas não faz o mínimo
António Oliveira está longe de ser o maior responsável pelo vexame que o Corinthians dá no Brasileirão. Porém, isso não esconde o fato de que o treinador não fez até aqui o mínimo que tinha a obrigação de fazer.
O português assumiu um trabalho iniciado por Mano Menezes e não participou do início da montagem do time. Ele sofre com um elenco mal montado, trapalhadas da diretoria atual e até mesmo com reflexos de erros da direção anterior.
A falta de boas opções no banco de reservas, indiscutivelmente, torna mais difícil o trabalho do português.
A crise administrativa enfrentada pela agremiação nos últimos anos e que tem sequência com a gestão de Augusto Melo é a maior vilã.
No entanto, mesmo nesse cenário caótico, seria possível fazer o básico. Com esse grupo de atletas, dava para ter um time organizado defensivamente, com ideias de jogo, repertório de jogadas e bem preparado para as diferentes situações de uma partida.
Mas António não conseguiu implantar isso até aqui.
A defesa não foi um fiasco na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, na última segunda (1). Entretanto, o setor se especializou em fazer lambanças. A repetição de erros expõe a baixa eficiência do trabalho do treinador.
A expulsão do palmeirense Raphael Veiga no Dérbi escancarou que António não consegue dar armas para o time alcançar as vitórias.
Com um jogador a mais em campo, o Alvinegro não sabia o que fazer com a bola nos pés. Essa é uma marca da campanha do penúltimo colocado do Brasileirão. O Corinthians não estava preparado para aproveitar a vantagem numérica.
A saída de Wesley, por motivos físicos, segundo o técnico, foi um duro golpe. Mas ela não torna aceitável o fato de nenhuma jogada ofensiva acontecer com naturalidade. Os movimentos coordenados eram raros e lentos.
O time de António joga quase sempre como se estivesse em início de temporada, ainda com atletas se conhecendo e tentando entender o que o técnico pede.
Exigir que o Corinthians se movimentasse e trocasse passes com inteligência e rapidez para aproveitar a vantagem de 11 contra 10 é pedir o mínimo.
Só que o time não tem de onde tirar recursos para fazer o que precisa. Isso acontece porque António não faz a equipe evoluir. Seu trabalho aparenta estar sempre no começo, não tem meio e parece próximo do fim.
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