Libra tentou retomar negociação, mas Corinthians não se interessou

Matos também informou a Augusto ter a opção de viabilizar um empréstimo, com condições melhores do que as praticadas no mercado. A quantia emprestada seria de aproximadamente R$ 150 milhões, mesmo valor do empréstimo que o clube assegurou ao fechar com a LFU. A oferta inicial da Libra não previa dinheiro emprestado.

Na mensagem, o CEO da Libra reforçou dados da proposta feita anteriormente. Ele projetou ganhos do Corinthians entre R$ 180 e R$ 260 milhões por ano, dependendo das variáveis previstas no contrato, como colocação no Brasileirão.

O texto também afirma que ter os seus jogos transmitidos pela Globo valorizaria os ativos do Corinthians.

A LFU ainda está negociando os seus direitos de transmissão. Porém, o Alvinegro já pode ter suas partidas como visitantes contra as oito equipes da Libra transmitidas pela Globo. A LFU vê o grupo Globo como possível comprador de ao menos um de seus pacotes.

O CEO da Libra também afirmou no texto que não havia recebido uma contraproposta do Corinthians e que escrevia para reforçar o interesse no acordo diante de notícias sobre o acerto do Alvinegro com outro bloco.

A ausência do Corinthians reduz os valores a serem recebidos pela Libra. O contrato com a Globo estipulava R$ 1,3 bilhão por ano para serem divididos entre os clubes de acordo com uma série de critérios.

Porém, foi definida um diminuição de 10% desse valor se o Alvinegro não aderisse ao contrato. A receita cai em mais 11% se o grupo não tiver pelo menos nove times na Série A. Hoje, o bloco tem oito representantes na elite.

A mensagem também foi enviada para Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, e para Vinícius Cascone, secretário-geral do clube.

A coluna mandou por WhatsApp para Matos perguntas sobre o contato feito por ele com Augusto no dia da reunião do Cori. O executivo respondeu que está na Europa e que poderia conversar depois de voltar ao Brasil, no próximo dia 16.

Cori

Minutos antes de a reunião para a análise do contrato com a LFU, chegou ao Cori a informação de que a Libra teria enviado mensagem para Augusto afirmando que poderia melhorar sua proposta.

O conselheiro Ademir Benedito, então, perguntou para Cascone, durante a sessão, se a mensagem tinha sido mesmo enviada.

O dirigente afirmou que sim, mas que se tratava de uma consulta, não de uma proposta oficial. Ele detalhou a mensagem para os integrantes do Cori.

Depois, Cascone e Pedro Silveira, que ainda não havia assumido como diretor financeiro, fizeram uma apresentação das propostas dos dois grupos. O Cori considerou a da LFU mais interessante e aprovou a assinatura do contrato.

No entendimento da direção corintiana, o último movimento da Libra não foi uma oferta comercial por não trazer mudanças concretas e falar sobre o que poderia ser tentando. Nada do que foi dito atraiu os dirigentes.

Presidente
A coluna perguntou para Augusto, por meio de sua assessoria de imprensa, se ele respondeu ao contato do CEO da Libra e porque o Corinthians não reabriu negociação com o grupo.

"Tivemos inúmeras negociações, escutei as duas partes sempre, com boa relação, meu papel foi fazer uma boa negociação e a partir disso, o contrato foi para nosso jurídico, financeiro, compliance e CORI, foi aprovado por todos por acreditarem na melhor opção para o Corinthians. Minha parte nisso foi somente fazer a melhor negociação para o clube. As mensagens recebidas no meu WhatsApp não serão comentadas, até porque todas as negociações foram feitas pessoalmente e por telefone", disse o presidente do Corinthians.

Contrato

O acordo do Alvinegro com a LFU vale por cinco anos, a partir de 2025. O montante a ser recebido sofre variações de acordo com critérios como colocação no campeonato.

Se o Corinthians ficar em 10°, por exemplo, a previsão é de uma receita de R$ 220 milhões no ano. Isso depende de a LFU conseguir negociar os direitos de transmissão pelos valores previstos.