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Opinião

Falas de Andreas e Wendell ajudam a explicar novo fracasso da seleção

"Se a gente pegar nome por nome, a gente tem uma seleção que eles sonhariam em ter no Uruguai". A frase dita por Andreas Pereira antes da derrota do Brasil nos pênaltis para os uruguaios, no último sábado (6), ajuda a explicar mais um fracasso da seleção brasileira.

O mesmo serve para a afirmação do lateral Wendell: "Somos a equipe mais vencedora do mundo e estamos preparados para encarar o Uruguai ou qualquer outro adversário".

As duas declarações foram usadas em vídeo motivacional feito pela AUF (Associação Uruguaia de Futebol).

Independentemente dos efeitos que tiveram sobre os atletas de Bielsa, as falas retratam a realidade paralela em que vive a seleção brasileira, eliminada nas quartas de final da Copa América.

O Brasil acumula fracassos em Copas do Mundo desde que venceu o Mundial de 2002. O nível dos jogadores brasileiros despencou. Dos técnicos, então, nem se fala. Basta ver a legião estrangeira de treinadores atuando por aqui.

A CBF brincou de ter Ancelotti como técnico imaginário e desperdiçou tempo inventando Fernando Diniz como interino, enquanto o Uruguai e outros rivais se preparavam de verdade.

Os erros de arbitragem e as peladas continuaram rolando soltas no futebol brasileiro. Ao mesmo tempo, atletas promissores são vendidos num piscar de olhos por dirigentes incapazes de se unirem para fortalecer a modalidade.

Porém, diante dessa dolorosa decadência, cartolas, treinadores e jogadores, como Andreas e Wendell, seguem presos a um futebol brasileiro que não existe mais.

É evidente que os uruguaios não trocariam o time que têm pelo nosso. É só lembrar que o Uruguai é o segundo colocado nas Eliminatórias da próxima Copa do Mundo. O Brasil ocupa apenas a sexta posição.

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A Copa América comprovou que o Brasil não está pronto para encarar todo adversário que venha pela frente.

A seleção atual é formada em sua maioria por jogadores medianos. Tanto que sem Vini Jr., suspenso, a seleção brasileira foi incapaz de derrotar o Uruguai mesmo tendo um jogador a mais em parte do segundo tempo.

Comandante da equipe que foi eliminada da Copa América com três empates e uma vitória, Dorival Júnior seguramente não está entre os melhores treinadores do mundo. Para piorar, pegou o bonde andando.

Já faz uns bons anos que a seleção brasileira não figura entre as mais fortes do planeta. Porém, dirigentes, treinadores e jogadores fogem da realidade se escorando no passado de glórias do qual não fizeram parte.

Não encarar o mundo real adia a solução dos problemas. Quanto mais tempo o futebol brasileiro demorar para reconhecer a sua mediocridade atual mais demorará para ele se reerguer. Enquanto isso, a seleção seguirá empilhando eliminações.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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