Oferta de compra do Corinthians envolve empresa ligada à saída de Guerrero
Personagens envolvidos na proposta de compra do Corinthians cuidavam da carreira de Paolo Guerrero quando ele deixou o clube de maneira traumática, em 2015.
Responsável por agenciar o atacante, a OTB Sports, escolhida para intermediar a tentativa de aquisição, entrou em rota de colisão com o Alvinegro na ocasião. Líder do grupo de investidores que sonham em adquirir o Corinthians, Marcelo Goldfarb é um dos sócios da OTB.
A empresa e a direção corintiana da época divergiram sobre o roteiro que fez Guerrero rescindir seu contrato com o Timão. Em seguida ele foi para o Flamengo. O movimento revoltou a Fiel.
A rusga aconteceu porque a diretoria do Corinthians afirmou que Guerrero pediu para ser liberado do clube. A OTB reagiu também com um comunicado oficial.
"O presidente Roberto de Andrade recebeu uma ligação do agente do atleta ontem, explicando o desconforto que o Guerrero estava vivendo no clube e pedindo a sua liberação. Logo após, nós nos reunimos no CT e achamos por bem deixá-lo seguir a vida porque precisamos de todos 100% envolvidos, focados. Queremos jogadores não só de corpo presente no Corinthians, mas de corpo e alma", disse Edu Gaspar, que era o gerente de futebol corintiano.
A OTB, então, respondeu com a seguinte nota:
"Nos últimos meses, o atleta jogou com salários atrasados, esperou pela renovação que não vinha e abriu mão de melhores ofertas. Atuou com seu contrato à beira do fim, sob natural risco de lesão e não tirou o pé das divididas. Foi quando, finalmente, entendeu que não haveria forma de permanecer. A instituição passa por um replanejamento financeiro e nem mesmo o empenho do presidente Roberto de Andrade, da OTB Sports e do próprio Paolo, foram capazes de superar a barreira econômica".
O noticiário da época apontava que o atacante pediu luvas de R$ 18 milhões pela renovação. O valor foi considerado abusivo por dirigentes alvinegros. Grande parte da Fiel se revoltou com o autor do gol do título mundial de 2012, contra o Chelsea.
O contrato do peruano terminaria em julho de 2015. Sem acordo para a renovação, o clube anunciou sua liberação no final de maio daquele ano.
Coincidentemente, OTB e Corinthians voltaram a duelar com declarações oficiais na última segunda-feira (15).
O clube negou em nota que tenha sido procurado oficialmente pela OTB para tratar da possibilidade de compra da agremiação. Em seguida, a empresa emitiu comunicado que contesta a versão corintiana.
Reportagem feita por Juca Kfouri, colunista do UOL, revelou o interesse de um grupo de investiores, capitaneado por Goldfarb, de adquirir o Corinthians.
A proposta inclui o pagamento das dívidas da agremiação. A OTB, escolhida como intermediária, não teria sido recebida pelo clube. A empresa teria sido orientada a procurar o empresário Igor Zveibrucker.
A seguir, confira as notas emitidas por Corinthians e OTB sobre o tema.
Comunicado do Corinthians
"O Sport Club Corinthians Paulista informa que nunca recebeu qualquer contato oficial da OTB Sports para tratar sobre assuntos relacionados às dívidas do Corinthians.
"O presidente Augusto Melo reafirma o seu posicionamento contrário a questão de 'pagamento das dívidas' em troca do controle do clube.
Também reafirma que não autorizou qualquer terceiro a representar a instituição em qualquer tratativa envolvendo a questão".
Nota da OTB
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Quero receber"A OTB Sports se faz da presente para confirmar o teor da coluna divulgada pelo jornalista Juca Kfouri, da Folha de São Paulo, na manhã de Sábado, na qual informa que a empresa está oficialmente mandatada para negociar a compra do Sport Club Corinthians Paulista, em uma operação que prevê, entre outras coisas, a resolução da dívida integral do clube e um compromisso futuro de abertura de capital para proporcionar ao torcedor a possibilidade de se tornar acionista do seu time.
A OTB esclarece ainda que não conversará com nenhum personagem sem vínculo estatutário com o Sport Club Corinthians Paulista. A menos que este esteja formalmente mandatado pelo atual presidente. Esclarecimento este que normalmente não se faz necessário, mas que neste contexto específico de caos e desordem, se faz obrigatório".
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