Polícia vai ouvir ex-diretor jurídico do Corinthians na próxima semana
Na próxima semana, a Polícia Civil de São Paulo vai ouvir como testemunhas ex-dirigentes da área jurídica do Corinthians no inquérito sobre o pagamento de comissão pelo patrocínio com a Vai de Bet.
Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico do Alvinegro, foi chamado para prestar depoimento na quinta (25). A oitiva de Fernando Perino, que atuava como adjunto dele, foi marcada para um dia antes. Porém, existe a possibilidade de as datas originais serem invertidas.
Os dois entregaram seus cargos após o presidente Augusto Melo não atender recomendação da diretoria jurídica para afastar temporariamente o diretor administrativo Marcelo Mariano, o Marcelinho. Isso enquanto fossem apurados fatos relacionados ao pagamento de comissão por intermediação do contrato de patrocínio com a Vai de Bet.
Na última quinta, a polícia ouviu o ex-diretor financeiro do clube, Rozallah Santoro. Ele confirmou que, enquanto estava viajando, Marcelinho cobrou da área financeira o pagamento de parte da comissão para a Rede Social Media Design, que já tinha emitido nota fiscal.
A explicação na direção é de que Marcelinho fez isso porque o diretor financeiro estava ausente e que o cronograma de pagamentos do Corinthians não foi atropelado.
Após receber R$ 1,4 milhão do clube, a Rede Social fez transferências para a Neoway Soluções Integradas. A destinatária do dinheiro é uma a empresa de fachada, segundo a polícia.
O ex-diretor jurídico deve ser questionado, entre outras perguntas, se participou da elaboração do contrato, como foi produzido o documento e se ele se envolveu com a negociação.
O inquérito está sob os cuidados do delegado Tiago Fernando Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC).
Está sendo investigado se houve prática de lavagem de dinheiro, além de outros possíveis crimes.
Em depoimento à polícia, Alex Cassundé, dono da Rede Social, disse que conseguiu o contato da Vai de Bet para a diretoria do Alvinegro. Porém, o empresário afirmou que não participou das negociações entre o clube e a casa de apostas. Ele receberia cerca de R$ 25,2 milhões de comissão.
Cassundé alegou desconhecer que a Neoway seria uma empresa de fachada. Ele afirmou que pagou R$ 1.060.000,00
pela implantação de um sistema de telemedicina veterinária, mas nunca recebeu o serviço contratado.
O caso policial abalou o Corinthians, provocando uma debandada de diretores e culminando com a rescisão contratual feita pela Vai de Bet.
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