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De Rubão a presidente. Quem a polícia ainda pretende ouvir no Corinthians?

A Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo) pretendem ouvir pelo menos mais três ex-diretores e três dirigentes atuais do Corinthians. Por enquanto, todos serão chamados como testemunhas no inquérito sobre o caso Vai de Bet.

Nesta semana, serão ouvidos Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico, e seu ex-adjunto, Fernando Perino.

Yun foi chamado para depor na quinta (25), um dia depois de Perino. Porém, a ordem das duas oitivas pode ser invertida.

Atualmente desafetos, Rubens Gomes, ex-diretor de futebol, e Augusto Melo também estão na lista. O presidente do clube deve ser um dos últimos a serem chamados.

Rubão foi o primeiro no Parque São Jorge a apontar o dedo para o pagamento de comissão por intermediação do contrato de patrocínio entre Corinthians e Vai de Bet. Ele afirmou que ouviu de Augusto que não havia intermediário na operação.

O ex-diretor sustenta que, depois de saber que a Rede Social Media Design receberia cerca de R$ 25,2 milhões de comissão pelo negócio, indagou Augusto sobre o tema.

Ainda segundo Rubão, foi a partir desse momento que começaram os desentendimentos entre o presidente e ele. Os atritos culminaram com sua destituição do cargo.

A versão de Rubão ganhou peso depois que Alex Cassundé, dono da Rede Social, disse que conseguiu o contato da Vai de Bet para a diretoria do Alvinegro, porém, afirmou que não participou das negociações entre o clube e a casa de apostas.

"Se eu for chamado, vou responder o que me perguntarem, o que eu souber", disse o ex-diretor de futebol à coluna.

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Os depoimentos de Rubão e Augusto ainda não estão marcados. O ex-comandante do futebol corintiano deve ser ouvido primeiro.

Para o final, assim como Augusto, deve ficar o depoimento de Marcelo Mariano, o Marcelinho.

Na última quinta, a polícia ouviu o ex-diretor financeiro do clube, Rozallah Santoro. Ele confirmou que, enquanto estava viajando, Marcelinho cobrou da área financeira o pagamento de parte da comissão para a Rede Social, que já tinha emitido nota fiscal.

Após receber R$ 1,4 milhão do clube, como parte da comissão, a Rede Social fez transferências para a Neoway Soluções Integradas. A destinatária do dinheiro é uma empresa de fachada, segundo a polícia.

O delegado Tiago Fernando Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), instaurou inquérito após as transferências da Rede Social para a Neoway serem reveladas pela coluna de Juca Kfouri no UOL. A principal suspeita é de prática de lavagem de dinheiro. O Corinthians é tratado como vítima.

O dono da Rede Social alegou à polícia desconhecer que a Neoway seria uma empresa de fachada. Ele afirmou que pagou R$ 1.060.000,00 pela implantação de um sistema de telemedicina veterinária, mas nunca recebeu o serviço contratado.

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Outro dirigente que pode ser ouvido é o 1° vice-presidente do clube, Osmar Stabile. Armando Mendonça, 2° vice-presidente, já prestou depoimento.

Os ex-superintendentes de marketing, Sergio Moura, e de comunicação, Wagner Vilaron, também estão na lista dos que a polícia e o Gaeco pretendem ouvir. Moura participou da negociação com a Vai de Bet. Ou seja, sua oitiva é uma das mais importantes.

O ex-gerente financeiro, Roberto Gavioli, deveria ter prestado depoimento na semana passada, mas pediu adiamento por estar viajando na data marcada.

O caso policial abalou o Corinthians, provocando uma debandada de diretores e culminando com a rescisão contratual feita pela Vai de Bet.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do que foi publicado na primeira versão do post, Yun Ki Lee foi diretor jurídico do Corinthians, não financeiro.

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