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À polícia, Rozallah diz que Corinthians não pagou Rojas para pagar imposto

Em depoimento à Polícia Civil, o ex-diretor financeiro do Corinthians, Rozallah Santoro, disse que o clube deixou de pagar Matías Rojas para quitar impostos. A declaração foi dada como parte do inquérito sobre o caso Vai de Bet.

O atraso permitiu ao jogador rescindir seu contrato e cobrar todos os valores que teria para receber até o fim do compromisso, em 2027.

No mês passado, a Fifa condenou o Corinthians a pagar R$ 40,4 milhões ao paraguaio. O clube vai recorrer contra a decisão.

Na oitiva, Rozallah falava do que chamou de ingerência do diretor administrativo Marcelo Mariano, o Marcelinho, no departamento financeiro, quando citou o episódio envolvendo Rojas.

Trecho de documento que relata declarações de Rozallah à polícia e ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo) diz o seguinte:

"Esse problema [suposta ingerência de Marcelinho] foi acentuado em fevereiro, março, quando era necessário pagar Matías Rojas, António Oliveira e não havia recursos suficientes em caixa. Naquele dia o pagamento mais expressivo era o pagamento de impostos, que foi efetivamente pago".

O documento não esclarece quais as posições tomadas por Marcelinho e Rozallah diante do impasse. Porém, a coluna apurou que o diretor administrativo defendeu que fosse feito o pagamento ao paraguaio.

Assim, o clube evitaria o risco de perdê-lo e ter que pagar uma fortuna de uma só vez. O entendimento era de que rapidamente o Alvinegro obteria receita para quitar os impostos.

Também conforme apuração da coluna, como pagar o valor referente à multa rescisória de António com o Cuiabá era prioridade, a avaliação do diretor financeiro foi de que a decisão se resumia a perder Rojas ou perder o parcelamento de impostos.

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A alegação no departamento financeiro foi a de que já existiam parcelas relativas aos tributos atrasadas e com mais um mês de inadimplência haveria cancelamento automático.

O cálculo na área financeira apontava para um alegado gasto adicional de aproximadamente R$ 120 milhões com a dívida relativa aos impostos na forma de multa e mora. Prevaleceu o desejo de Rozallah de pagar o parcelamento impostos.

Prioridades

Um dos focos principais do inquérito instaurado na 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) é o pagamento de comissão de intermediação pelo contrato de patrocínio entre Corinthians e Vai de Bet.

Rozallah confirmou ter a informação de que o diretor administrativo foi ao departamento financeiro enquanto ele viajava para cobrar o pagamento de R$ 1,4 milhão para rede Social Media Design, intermediária do negócio.

Após receber do clube, a Rede Social fez transferências para a Neoway Soluções Integradas, empresa considerada de fachada pelo delegado Tiago Fernando Correia, responsável pelo inquérito.

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Nesse contexto, Rozallah foi indagado sobre como é estabelecida a prioridade de pagamentos no clube.

O ex-diretor financeiro respondeu que ele e o ex-gerente do departamento; Roberto Gavioli, definiam a relação e a passavam por e-mail para o presidente com cópia para alguns diretores. Entre eles estaria Marcelinho.

Segundo o documento com registros do depoimento, Rozallah indicou que Melo pediu para o diretor administrativo ser um dos cartolas copiados no e-mail.

Porém, o presidente corintiano, negou tal prática.

"Nunca houve qualquer cópia de lista de pagamento que a diretoria tenha recebido. O departamento financeiro sempre teve autonomia para analisar as prioridades de pagamento", disse o presidente à coluna, por meio de sua assessoria de imprensa.

De acordo com o depoimento de Rozallah, a relação de prioridades tinha: acordos judiciais, impostos parcelados, folha de pagamento de funcionários, incluindo atletas da base, plano de saúde, vale alimentação, folha de pagamento de prestadores de serviço e salários e direitos de imagem do elenco profissional. Os demais pagamentos eram combinados semanalmente.

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Silêncio

Procurados, Rozallah e Marcelinho não quiseram dar entrevista sobre o tema.

Opinião

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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