Em campo, Corinthians pode ajudar ou atrapalhar Augusto contra impeachment
Em meio à guerra política no Corinthians, o time precisa desesperadamente de uma vitória contra o Flamengo, neste domingo (1), em Itaquera, para reagir na luta contra o rebaixamento no Brasileirão. A reação também é importante politicamente para o presidente Augusto Melo.
Na última sexta, o presidente do Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, encaminhou o pedido de destituição do dirigente máximo da agremiação para a Comissão de Ética e Disciplina para que ele seja juntado a outro procedimento que apura atitudes de Augusto e de uma série de dirigentes e conselheiros.
Os autores asseguram que o requerimento é uma peça técnica. Apontam que o presidente desrespeitou o estatuto com suas ações e por isso deve ser destituído.
Porém, não existe pedido de impeachment que não tenha componente político, mesmo que exista clara infração. No Corinthians, como nos outros clubes, o desempenho da equipe de futebol interfere na pressão política.
Foi assim em 2007, quando o Corinthians foi rebaixado para a Série B. Alberto Dualib renunciou à presidência pressionado por uma série de denúncias contra sua administração.
Atualmente, se o Corinthians emplacar uma reabilitação no Campeonato Brasileiro, o pedido de afastamento definitivo de Augusto não será retirado.
Por outro lado, o nível de pressão sobre o presidente aumentará a cada resultado negativo.
Tanto que as críticas internas à gestão do futebol corintiano aumentaram desde que o pedido de destituição foi protocolado, na última segunda.
Uma nova derrota contra o Flamengo aumentará o descontentamento do torcedor corintiano. Aqui um ponto a ser observado é o posicionamento da Gaviões da Fiel. A torcida organizada se declarou contra o impeachment, mas cobra dirigentes, jogadores e comissão técnica por uma melhora.
Casos passados mostram que o descontentamento do corintiano em geral com o rumo do futebol alvinegro tem potencial para influenciar conselheiros e sócios.
O parecer da Comissão de Ética e Disciplina sobre o requerimento precisa ser votado pelo CD. Se a destituição for aprovada, será a vez de o associado votar.
Nesse cenário, nos pés dos atletas não está só a manutenção do Corinthians na Série A. Eles também podem ajudar ou atrapalhar o presidente do clube na sua missão de se manter no cargo.
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