Ex-diretor de futebol diz que presidente do Corinthians recusou ajuda
Em mensagem postada em grupo de WhatsApp formado por conselheiros, Augusto Melo, presidente do Corinthians, foi comparado a um náufrago que recusa ajuda para não se afogar.
A comparação foi feita por Flávio Adauto, ex-diretor de futebol do Corinthians e membro da Comissão de Futebol do Conselho Deliberativo (CD) alvinegro. Ele faz parte do grupo União dos Vitalícios, que apoiou a candidatura de Augusto.
Segundo o conselheiro, o dirigente não ouviu conselhos e orientações da comissão em meio à crise enfrentada pela equipe, que está na zona de rebaixamento do Brasileirão.
A comissão tem entre suas funções dar sugestões e fiscalizar a diretoria de futebol.
À coluna, o conselheiro vitalício afirmou que o presidente confia apenas num grupo de amigos.
Leia a seguir a mensagem escrita na última sexta (30) por Adauto, que foi diretor na gestão de Roberto de Andrade.
"Sensibilizado com os que citaram o meu nome [para ajudar no departamento de futebol]. Contudo, não nos parece que o sr. presidente queira ou reconheça que precisa de ajuda além dos que o acompanham desde outros tempos.
Através da Comissão de Futebol, da qual faço parte sob a liderança do Fran [Papaiordanou], nossos gritos para ajudar transformam-se em ruídos inaudíveis.
Não precisamos de cargos, mas poderíamos contribuir com conselhos e orientações. Já repassadas, mas não adotadas.
Enfim, cada dia que passa e rodada após rodada, derrotas e mais derrotas, fica a impotência minha e de muitos outros que poderiam ajudar.
Mas ele [Augusto] me parece o náufrago que não aceita as boias que lhe oferecem.
Em reuniões específicas já disse isso a ele. De forma dura, talvez, mas com a única intenção de ajudar. Talvez, quando ele se decidir, tristemente, poderá ser tarde demais".
Adauto enviou a seguinte declaração sobre o episódio, após receber perguntas da coluna:
"Na Comissão de Futebol, órgão do CD, da qual faço parte, tentamos ajudar, orientar etc., mas nada do que temos sugerido é levado adiante.
Ele confia unicamente nos amigos que chegaram com ele. Enfim, é um direito dele aceitar ou recusar apoio.
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Quero receberEssa minha posição é individual, sem nenhuma relação com o pedido de impeachment formulado nos últimos dias.
Mesmo porque não assinei e aguardo que o Augusto prove que não tem envolvimento com as diversas acusações que lhe estão sendo imputadas".
Presidente não comenta
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, Augusto respondeu que não comenta mensagens trocadas em grupo de WhatsApp.
Ele também não respondeu por qual motivo não nomeou um diretor de futebol estatutário desde que afastou do cargo Rubens Gomes, o Rubão, no início de maio.
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