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ReportagemEsporte

Crise entre vices e presidente do Corinthians tem até carta

Queixas de perseguição, falta de prestígio e até uma reclamação feita por meio de ofício formam o cenário de distanciamento entre o presidente do Corinthians e seus vices.

Nos bastidores, Osmar Stabile, que ocupa a primeira vice-presidência, e Armando Mendonça, segundo vice-presidente, reclamam que pouco são ouvidos por Augusto Melo.

No último dia 19, Armando registrou parte de sua insatisfação num ofício enviado para Augusto.

Na carta, o segundo vice-presidente relatou que chegou ao seu conhecimento que uma reunião de diretoria teria sido marcada para a última segunda-feira (23) sem que ele fosse convocado até aquele momento. O encontro acabou não acontecendo.

Armando argumentou que a realização da suposta reunião sem sua presença atropelaria o estatuto corintiano. Especificamente, o artigo 109. Ele estabelece que os vices, além de outros dirigentes, participarão das reuniões da diretoria.

No comunicado enviado para Augusto, Armando disse que o cargo de vice-presidente merece consideração e respeito, independentemente de diferenças pessoais.

Ele também sustentou que uma perseguição pessoal contra o ocupante desse cargo fere o princípio da impessoalidade e a harmonia institucional. O dirigente ainda pontuou que tal prática configura ataque ao cargo e, consequentemente, ao Corinthians.

O segundo vice-presidente se sente perseguido desde o início do caso Vai de Bet.

Em depoimento à polícia, ele disse que avisou o presidente sobre transferências de dinheiro feitas pela Rede Social Media Design para a Neoway Soluções Integradas, que estaria registrada em nome de laranja. A Rede Social intermediou o contrato de patrocínio entre Corinthians e Vai de Bet.

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O vice também admitiu na delegacia que contratou o detetive particular que buscou informações sobre a Neoway.

Em meio ao caso policial, o grupo político de Armando, o Movimento Corinthians Grande, deixou de integrar a diretoria. Como foi eleito para o cargo, o vice seguiu no posto. Porém, ele não participa de discussões de temas relevantes no Parque São Jorge.

Por sua vez, o primeiro vice-presidente se vê sem prestígio na diretoria e pouco aproveitado, segundo seus interlocutores.

Outra queixa relatada no entorno de Stabile é de que ele teria um acordo com Augusto para ser ativo em questões referentes à Neo Química Arena. Porém, na prática, isso não aconteceu na maior parte da gestão. O primeiro vice integra a União dos Vitalícios, grupo que apoiou Augusto, mas já ensaiou romper com o presidente.

Stabile não atendeu aos telefonemas da coluna nem respondeu às mensagens enviadas. Por sua vez, Armando disse que não comentaria sobre os assuntos abordados nesta reportagem.

Por meio da assessoria de imprensa do clube, a coluna enviou perguntas para Augusto a respeito das situações de seus vices. A resposta foi que ele não se manifestaria.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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