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ReportagemEsporte

Acordos com credores e sem SAF. O plano do Corinthians para suas finanças

A estratégia do Corinthians para equacionar sua dívida bilionária passa pela renegociação com os credores na tentativa de obter novos prazos e alongar o pagamento.

O alongamento do débito ajudaria o Corinthians a combater um de seus maiores problemas: a dívida a curto prazo.

Na outra ponta, o plano é aumentar as receitas explorando melhor o potencial de faturamento da agremiação.

Conforme apurou a coluna, esse é o desenho estratégico sugerido pela Alvarez & Marsal por meio de seu representante na consultoria, Fred Luz, que tem status de CEO no Alvinegro.

Apesar de o contrato entre a empresa e o clube prever estudos sobre recuperação judicial e SAF, as duas medidas não foram sugeridas por Luz. Elas também nunca estiveram no radar do presidente Augusto Melo, segundo interlocutores do dirigente.

O cartola já deu declarações públicas sustentando que não se discute na administração a transformação da agremiação em Sociedade Anônima do Futebol, diferentemente do que diz ao menos parte de seus críticos no Parque São Jorge.

A alternativa considerada viável por Luz para colocar o plano em prática é pedir na Justiça uma tutela cautelar para suspender bloqueios e penhoras nas contas da agremiação por causa de cobranças judiciais. Essa suspensão seria por pelo menos 60 dias. Nesse período o clube ganharia fôlego financeiro.

Em seguida, seria feita uma mediação com os credores (um mediador conduz as negociações entre as partes).

O problema é que a cautelar enfrenta grande rejeição no Conselho Deliberativo (CD). Conselheiros contrários à medida a enxergam como preparatória para a recuperação judicial, alternativa que também rejeitam. O projeto não será tocado sem apoio do órgão, segundo colaboradores de Melo. Em reunião do Conselho, na última segunda (14), a diretoria informou que não tentará a cautelar.

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Por enquanto, a saída encontrada tem sido renegociar as dívidas com credores divididos em blocos por ramo de atividade. As tratativas já estão acontecendo.

O entendimento é de que sem um alinhamento com vários cobradores ao mesmo tempo fica difícil colocar a ideia em prática.

Nesse cenário, por exemplo, um credor disposto a aceitar a renegociação pode ficar com receio de ver outro que recusou o acordo bloquear as contas do clube na Justiça e dificultar os pagamentos.

Ou seja, a administração entende que precisa contar com a boa vontade de quem tem dinheiro para receber para a estratégia funcionar.

De acordo com números do clube, a dívida alvinegra em junho era de cerca de R$ 1,48 bilhões. Isso sem contar o débito com a Caixa Econômica Federal ligado à construção do estádio corintiano. Até o fim do primeiro semestre, esse valor estava em aproximadamente R$ 710 milhões.

Receitas

Para organizar suas contas, o Corinthians também terá que aumentar a sua arrecadação. A previsão orçamentária para 2024 projeta uma receita de R$ 935,4 milhões.

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A estratégia para arrecadar mais dinheiro passa por aumentar o nível de profissionalização nos departamentos, revisar contratos em busca de acordos melhores e encontrar novos parceiros.

A ideia é estimular novas parcerias oferecendo, durante certos períodos, bônus por metas alcançadas.

A própria Alvarez & Marsal tem direito a bonificações no caso de conseguir negociações que sejam mais rentáveis para o Alvinegro.

Vale lembrar que, como mostrou a coluna, a Comissão de Justiça do CD recomendou a rescisão do contrato com a empresa de Luz. A sugestão é para que o rompimento aconteça até 90 dias após a assinatura do acordo. Dentro deste período, nenhuma parte precisa pagar multa rescisória.

Existem diferentes versões entre os conselheiros sobre em que dia de outubro o prazo termina. Uma data final considerada segura para o rompimento é dia 23 deste mês.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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