Corinthians: processado, banco nega ter vazado dados de empresa de Cassundé
Alex Fernando André, o Cassundé, apontado como intermediário do contrato de patrocínio entre Corinthians e Vai de Bet, entrou com ação contra o Banco Santander. Alegando ter dados bancários sigilosos de sua empresa vazados pela instituição financeira, ele pede R$ 270 mil de indenização por danos morais.
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o Santander negou que tenha vazado dados bancários e atacou a postura adotada pela defesa de Cassundé. Confira a nota enviada pelo banco:
"O Santander repudia qualquer afirmação ou insinuação de que houve vazamento de dados e ressalta que o sigilo bancário das transações financeiras foi integralmente observado e preservado. O banco aponta que se trata de um caso típico de lide temerária [nota da coluna: sem fundamento legal] e de má-fé processual".
Cassundé é investigado em inquérito policial que apura, entre outros possíveis crimes, suposta lavagem de dinheiro.
O inquérito foi instaurado depois de Juca Kfouri, colunista do UOL, publicar que a Rede Social Media Design, empresa de Cassundé, fez duas transferências, no valor total de pouco menos de R$ 1 milhão, para a Neoway Soluções Integradas, que seria uma empresa de fachada aberta em nome de laranja.
Os envios de dinheiro ocorreram depois de a Rede Social receber R$ 1,4 milhão de comissão do Corinthians pela intermediação do contrato de patrocínio com a Vai de Bet.
"De fato, as transferências bancárias foram efetuadas, todavia, a motivação e a relação entre autor [Cassundé] e Neoway é o que se busca elucidar nos autos do inquérito policial", escreveu Claudio Salgado, advogado do empresário na petição inicial.
"Extrai-se, inclusive, da primeira reportagem publicada pelo jornalista Juca Kfouri sobre o caso, os dados de entradas e saídas da conta corrente do autor", diz outro trecho da peça jurídica.
O advogado incluiu na petição links de outras publicações que detalharam as operações financeiras feitas pela empresa de Cassundé.
"Não existe outra possibilidade senão que o banco réu vazou dados sigilosos incluindo as respectivas movimentações financeiras a terceiros, o que rapidamente se espalhou pela rede mundial de computadores através dos veículos midiáticos, tendo em vista que é o único detentor de ditas informações", concluiu o advogado.
Ao negar que tenha vazado os dados, o Santander não respondeu à coluna se sabe como as informações sobre as transferências chegaram ao conhecimento de terceiros.
A instituição também não respondeu se fez ou pretende fazer uma investigação interna para averiguar o alegado vazamento.
Para o advogado de Cassundé, houve dano moral decorrente de falha de prestação de serviço pelo banco.
Salgado sustentou na inicial que "é evidente que a situação narrada nos autos impactou negativamente a vida do autor, de forma que teve seu nome vinculado a diversas reportagens e matérias publicadas pelos veículos de imprensa".
Os R$ 270 mil pedidos como indenização equivalem a 30% do valor das transferências que Cassundé alega terem sido vazadas.
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Quero receberÀ polícia, o dono da Rede Social negou ter cometido crime e disse desconhecer que a Neoway era uma empresa de fachada.
Ele afirmou à polícia que enviou dinheiro para a Neoway para pagar pela implantação de um sistema de consultas veterinárias. Cassundé sustenta que o serviço, no entanto, nunca foi prestado.
O empresário declarou que conseguiu o contato da Vai de Bet para o clube, mas não participou da negociação comercial. Ele receberia cerca de R$ 25,2 milhões de comissão. Porém, por causa do escândalo policial, a Vai de Bet rescindiu o contrato.
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