Corinthians perde seja qual for o desfecho de pedido de impeachment

E se o dirigente entende que está sendo prejudicado, ele tem o direito de ir até a Justiça para se defender. Foi isso que fez Augusto. O cartola conseguiu na Justiça suspender a reunião do CD que julgaria, na última segunda (2), o pedido de afastamento feito por opositores. Augusto se diz vítima de uma tentativa de golpe.

Romeu Tuma Júnior, presidente do CD e alvo da ação, deve atuar para tentar derrubar a suspensão. A história nos mostra que batalhas judiciais costumam ser longas e desgastantes para os clubes.

O Corinthians terá que enfrentar mais do que isso, pois outro pedido de destituição, feito pelo Cori (Conselho de Orientação) precisa ser julgado. O órgão aponta que Augusto praticou gestão temerária.

Nos dois casos, se o CD aprovar o afastamento, a decisão precisa ser referendada pelos sócios. Haverá mais briga política.

Enquanto isso, a imagem do Corinthians se desgasta. A incerteza sobre o futuro do presidente pode afetar possíveis patrocinadores e gerar dúvidas em jogadores pretendidos pelo clube.

A diretoria, que deveria se concentrar em reforçar o elenco para 2025 e em melhorar as finanças corintianas, precisa se mobilizar para defender o presidente.

Isso não significa que os que enxergam irregularidades na administração deveriam passar pano para Augusto. Aqui se trata de constatar os efeitos colaterais vividos pelo clube.

Eles incluem um ambiente agressivo entre conselheiros. O Parque São Jorge se assemelha a um barril de pólvora. Não tem como o Corinthians sair ganhando nessa história, mesmo se o impeachment for merecido.