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ReportagemEsporte

Corinthians: polêmica por parecer sobre impeachment envolve até polícia

Relatório da Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians sobre pedido de impeachment de Augusto Melo aponta que o documento tem informações sigilosas de inquérito policial. Por isso, a Comissão recomendou que a Polícia Civil seja informada sobre a situação para apurar o suposto vazamento de documentos.

O relatório cita que os 86 conselheiros que assinam o pedido de impeachment podem ter ferido o Código Penal por, supostamente, terem divulgado informações sigilosas de um inquérito policial.

O caso gera polêmica no clube. O presidente do CD, Romeu Tuma Júnior, discorda da recomendação. Ele argumenta que o pedido de impeachment usa apenas dados publicados em reportagens.

A oposição ficou indignada com suspeita lançada contra os autores do requerimento. Como a reunião que julgaria o pedido de impeachment na última segunda (2) foi suspensa após Augusto acionar a Justiça, o tema não foi debatido oficialmente no órgão.

O relatório cita que "causa estranheza" a solicitação de destituição apresentar trechos dos depoimentos de Alex Cassundé (intermediário) e de Armando Mendonça, segundo vice-presidente do clube, pois o inquérito está sob sigilo.

Dessa forma, a comissão concluiu que "supostas provas" usadas no pedido de impeachment foram obtidas de maneira ilícita e não devem ser aceitas pelo CD.

O relatório diz que a "comissão emite parecer no sentido de recomendar o sobrestamento do feito, uma vez que foram anexadas provas obtidas por meio ilícito". Outro argumento usado para pedir a interrupção do processo de impeachment é o fato de o inquérito policial que apura desdobramentos do pagamento de comissão por intermediação do contrato entre Corinthians e Vai de Bet ainda não ter sido concluído.

O que diz Tuma

Procurado, o presidente do Conselho Deliberativo disse não ver motivos para se falar em vazamento de dados do inquérito e para acionar a polícia.

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"Repito, o parecer da comissão é opinativo. Não vi quebra de sigilo. Não vi nenhuma peça sigilosa no pedido, só partes de matérias jornalísticas", disse Tuma.

"O parecer da Ética sequer foi unânime. Ademais, cabe a quem entende que houve quebra de segredo que faça a denúncia junto as autoridades", completou o presidente do CD.

Conselheiros de oposição que assinaram o requerimento de destituição também sustentam que só foi usado o que saiu na imprensa sobre depoimentos dados no caso Vai de Bet. Outro argumento é o de que apenas os advogados das partes envolvidas têm acesso aos autos.

A coluna entrou em contato com Roberson de Medeiros, presidente da Comissão de Ética e Disciplina. Ele preferiu não dar declarações sobre o parecer.

Reportagens

O pedido de afastamento cita reportagens para falar sobre os depoimentos de Armando e de Cassundé, dono da Rede Social Media Design. Ela é investigada sob suspeita de ter feito repasses para uma empresa de fachada após receber parte da comissão prometida pelo Corinthians pela intermediação do contrato com a Vai De Bet. O intermediário nega irregularidades.

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Ao tratar da oitiva de Cassundé na polícia, por exemplo, o requerimento usa a expressão, "segundo apurado pela imprensa".

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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