Neymar completa 28 anos, mas continua preso à adolescência
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Na última sexta-feira, quando enviei meu planejamento semanal aos editores do UOL Esporte, o post de hoje era bem diferente do que está sendo efetivamente publicado. O título previsto era: "Neymar completa 28 anos e parece estar saindo da adolescência".
Mas eu estava dando um voto de confiança grande demais para o mais talentoso jogador brasileiro de futebol da última década.
Desde que a sugestão foi enviada, o camisa 10 pintou o cabelo de rosa, organizou uma festa de aniversário repleta de celebridades que desagradou o técnico do Paris Saint-Germain e se envolveu em mais uma polêmica com a arbitragem do Campeonato Francês.
É claro que Neymar (e qualquer outra pessoa) tem todo o direito do mundo de mudar de visual quantas vezes quiser e também de celebrar ao lado dos amigos e colegas de time a passagem dos anos.
Mas gastar tempo e neurônios pensando no próximo corte de cabelo e em quais cantores serão escalados para cantar na sua festança não é o comportamento que se espera de um adulto que carrega todas as ambições do seu time e de sua seleção nas costas.
Em vez de se concentrar no visual e na diversão, preocupações típicas de um adolescente, Neymar deveria estar preocupado com o confronto com o Borussia Dortmund, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, e em evoluir constantemente como jogador de futebol
Também não é o comportamento de um adulto que transborda maturidade responder às porradas dadas pelos adversários dentro de campo com dribles desconcertantes e demonstrações futebolísticas de humilhação técnica.
Neymar não deu a polêmica carretilha nos marcadores do Montpellier, no último sábado, porque aquela era a jogada mais eficaz no momento. A tentativa de drible era uma espécie de recado: "Podem bater à vontade. Na bola, vocês não são páreos para mim."
Mais adulto seria evitar o confronto. Se o clima da partida não era nada amistoso, mais negócio seria evitar ficar com a bola por muito tempo, tocar rápido para os companheiros e mostrar seu talento quando ele realmente serve para algo... na hora de fazer os gols.
Assim, o atacante brasileiro preservaria seu físico e talvez nem tivesse sofrido a lesão na costela que o tirou da partida contra o Nantes, ontem.
Também teria evitado o bate-boca com o árbitro (aparentemente mais preocupado em não transformar a partida em uma batalha de campo do que em tolher a capacidade técnica do craque do PSG) que lhe rendeu o amarelo.
O pior é que eu realmente estava acreditando que Neymar caminhava a passos largos para a vida adulta. Seus últimos meses foram excepcionais dentro de campo e bastante discretos fora das quatro linhas, como sempre deveria ser.
Mas bastaram alguns poucos dias para essa ideia cair por terra. O garoto que despontou no Santos há mais de dez anos continua sendo apenas um garoto.
P.S: Em tempo, feliz aniversário, Neymar. Que os 28 anos lhe tragam a maturidade que você ainda não tem. E que, sinceramente, já cansei de esperar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.