Por que a Coreia do Sul é o 1º país relevante a ter futebol após pandemia?
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A partir de amanhã (8), o mundo do futebol estará de olho na Coreia do Sul.
O país, que já foi semifinalista de Copa do Mundo (2002) e é o maior vencedor da história da Liga dos Campeões da Ásia, com 11 títulos, será o primeiro de alguma relevância no cenário internacional da bola a retomar suas competições depois da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Originalmente, a K-League começaria no dia 29 de fevereiro. Mas ela foi sofrendo sucessivos adiamentos até que a Coreia do Sul se julgasse pronta para fazer a bola rola novamente nos seus gramados.
Mas como será que a terra do K-pop e do atacante Son Heung-min, astro do Tottenham, conseguiu vencer a corrida contra o tempo (e a pandemia) para retomar seu futebol antes dos outros?
Separada da China por uma faixa de água (Mar Amarelo) que não tem nem 400 km de extensão, a Coreia do Sul foi um dos primeiros países do mundo a ter de lidar com uma epidemia local da Covid-19.
Ainda em fevereiro, a nação já sofria com uma escalada preocupante no número de casos da doença, principalmente entre os integrantes da Igreja Shincheonji, de Daegu, que teve papel essencial na proliferação do vírus.
O governo sul-coreano, no entanto, reagiu rapidamente. Com políticas de testagem em massa de cidadãos e rastreamento de todos os infectados, aliado a um isolamento social muito respeitado pela população, virou referência mundial no combate à pandemia.
"Na época do isolamento, você olhava para a rua e não via ninguém. É por causa disso que eles conseguiram voltar tão rápido para uma vida que já é quase normal", afirma o atacante brasileiro Júnior Negão, do Ulsan Hyundai, atual vice-campeão da K-League.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a Coreia do Sul teve até o momento mais de dez mil contaminações pelo coronavírus e 254 mortes. No entanto, nas últimas 24 horas, houve registro de apenas três novos casos da doença.
Para viabilizar o começo da temporada 2020 do futebol, todos os jogadores e integrantes das comissões técnicas das duas primeiras divisões do país foram testados para a Covid-19. Nenhum dos mais de 1.100 exames feitos apresentou resultado positivo.
Novos testes serão feitos com a competição já em andamento. Caso alguém seja contaminado, a ideia é que todo o seu time seja colocado em quarentena e tenha todos os seus jogos adiados por duas semanas.
Até por isso, o formato do campeonato foi alterado. No lugar das 38 rodadas usuais, os clubes que atuam na primeira divisão atuarão 27 vezes (22 na primeira fase e mais 5 nos mata-matas finais).
Por enquanto, não haverá presença de torcedores nos estádios. Mas a possibilidade de retomar os jogos com público ainda nesta temporada não está descartada e depende da evolução da doença nos próximos meses.
Os jogadores não poderão se cumprimentar usando as mãos antes das partidas, estão proibidos de conversar em campo e nem poderão se abraçar na comemoração dos gols. Além disso, as entrevistas serão realizadas dentro de campo, não em mais em zonas mistas localizada dentro dos estádios, onde a ventilação é menor e, muitas vezes, artificial.
"Acho que o futebol está voltando na hora certa. Eles controlaram a pandemia e estão tomando todos os cuidados necessários. Mas, o mais importante é que a Coreia está mostrando que tudo isso vai passar e que a vida vai voltar ao normal", completa Júnior Negão.
Além da Coreia do Sul, apenas nações de importância mínima no cenário do futebol mundial, como Belarus, Nicarágua e Taiwan, estão tendo futebol. Alguns países da Europa, como França e Holanda, até já cancelaram suas temporadas. Mas a maioria ainda aguarda as condições necessárias para completar as competições que estavam em andamento.
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