"Há um jogador gay ou bi em cada time de futebol", diz centroavante inglês
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Capitão do Watford e um dos jogadores com posicionamento político e social mais forte no Campeonato Inglês, o atacante Troy Deeney quer que o futebol se torne um ambiente mais aberto para a comunidade LGBT.
O centroavante de 31 anos afirmou no último fim de semana que a modalidade está cheia de atletas que não são heterossexuais, mas que têm medo de tornar isso público e não serem bem aceitos pela comunidade da bola.
"Falo para que fique registrado: provavelmente, há um jogador gay ou bissexual em cada time de futebol", afirmou o inglês, em entrevista ao podcast "Grounded with Louis Theroux", da rede britânica BBC.
De acordo com o autor de seis gols nesta temporada, os jogadores gays têm medo de serem "os primeiros a se assumir". Mas, na visão do camisa 9 do Watford, caso algum nome relevante saísse do armário, outros 100 seguiriam o mesmo caminho só na primeira semana.
"Acho que agora existe uma plataforma maior do que nunca para ser um atleta gay de qualquer natureza. Também me pergunto por que as pessoas se aposentam do futebol, do rúgbi, ou de qualquer outro esporte, e depois falam 'eu sou gay'. Sinto que deve ser um fardo muito pesado para carregar por toda a sua carreira esportiva".
Ao contrário do futebol feminino, em que algumas das melhores atletas do planeta são homossexuais assumidas, como a norte-americana Megan Rapinoe, a diversidade na orientação sexual ainda é um tabu dos grandes na versão para homens da modalidade.
No momento, não há sequer um jogador em atividade em um campeonato nacional relevante que tenha declarado uma sexualidade diferente da hétero. O meia norte-americano Collin Martin, que era exceção à regra e atuava na MLS (Major League Soccer) até o ano passado, assinou em fevereiro com um time de uma liga menor dos Estados Unidos, o San Diego Loyal.
Dois atletas que já disputaram Copa do Mundo, o francês Olivier Rouyer (1978) e o alemão Thomas Hitzlesperger (2006), assumiram a homossexualidade, mas só depois que encerraram suas carreiras como profissionais.
Já o norte-americano Robbie Rogers, também com passagem pela seleção do seu país, até voltou a jogar após tornar pública sua orientação sexual, mas aposentou-se precocemente, em 2018, aos 31 anos.
Deeney ganhou notoriedade nas últimas semanas ao se recusar a voltar aos treinos do Watford depois da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e liderar um movimento para que o retorno fosse adiado até um momento mais seguro.
Na época, ele afirmou que não retomaria a rotina de atleta para não correr o risco de contaminar sua família, em especial o filho recém-nascido, que tem problemas respiratórios.
Depois de cerca de 100 dias de paralisação em virtude da pandemia da Covid-19, o Campeonato Inglês retoma amanhã (17) suas atividades, com a realização de duas partidas.
O Watford, 17º colocado e primeiro time fora da zona de rebaixamento, joga no sábado, contra o Leicester, em casa. O líder da Premier League é o Liverpool, que tem 82 pontos e 25 de vantagem para o segundo colocado, Manchester City.
O Reino Unido, do qual a Inglaterra faz parte, foi um dos países da Europa mais afetados pela pandemia. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o vírus infectou pelo menos 294 mil pessoas e causou mais de 41 mil mortes por lá.
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