Ex-Santos defende naturalizações do Qatar e não descarta estar na Copa-2022
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Rodrigo Tabata está a quatro meses de completar 40 anos. Mesmo assim, o ex-camisa 10 do Santos e do Goiás ainda tem uma pontinha de esperança de disputar a próxima Copa do Mundo.
A seleção, evidentemente, não é a brasileira, que jamais o convocou. Desde 2016, o paulista nascido em Araçatuba é cidadão do Qatar, país-sede da competição e sua casa há quase uma década.
Tabata chegou a disputar 19 partidas pela equipe asiática e fez parte do elenco que jogou as eliminatórias para a Copa de 2018. Desde 2017, no entanto, o jogador do Al-Rayyan não é convocado.
"Eu tinha a convicção de que íamos nos classificar para a Rússia. Infelizmente, não deu. A ideia da federação era estrear na última Copa para dar cancha aos jovens para 2022. Infelizmente, por causa da idade, acho difícil eu estar no próximo Mundial. Mas, de repente, se eu estiver em um nível alto...", afirmou o meia, em entrevista por telefone.
Mesmo já sendo quase um quarentão, Tabata continua como um jogador importante no Qatar. Ele é titular absoluto e veste a braçadeira de capitão do vice-líder do campeonato nacional. Além disso, já soma oito participações em gol (quatro marcados por ele e quatro assistências) nesta temporada.
Mas, ainda que não faça parte da seleção que vai debutar em Mundiais daqui a dois anos, ele aposta que o Qatar vai fazer bonito como mandante da competição. E não apenas na organização.
O país é o atual campeão asiático e complicou a vida de Argentina, Colômbia e Paraguai na edição do ano passado da Copa América, quando participou como convidado.
"Se os jogadores que fazem parte da seleção mantiverem o nível atual, eles farão uma boa competição [2022]. Eu estava no Brasil durante a Copa América, e todo mundo com quem eu conversava achava que eles seriam um saco de pancadas. Lógico que, para mim, não foi uma surpresa."
Para deixar de ser periferia no cenário internacional do futebol e saltar da 112ª (em 2010) para a atual 55ª colocação no ranking da Fifa, a seleção qatariana adotou ao logo da última década uma polêmica estratégia de naturalização em massa de jogadores nascidos em outros países.
Tabata não foi o único brasileiro que passou pelo projeto. Emerson Sheik (ex-Corinthians), Montezine (ex-São Paulo), Marcone (ex-Vitória) e o volante Luiz Júnior, que joga no Al-Duhail, também vestiram a camisa do time árabe.
A seleção que venceu a Copa da Ásia no ano passado contava com atletas nascidos em sete países diferentes. Além de 16 qatarianos "da gema", faziam parte do elenco dois egípcios, um português, um iraquiano, um francês, um argelino e um sudanês.
Boa parte deles desembarcou no país do Mundial-2022 graças a uma academia chamada Aspire, que faz peneiras ao redor do mundo e leva para treinar no Oriente Médio garotos que são candidatos a futuros jogadores, principalmente de países mais carentes. Nenhum deles é obrigado a se naturalizar qatariano. Mas, na prática, é esse o caminho que muitos seguem.
"A gente sabe das críticas que o Qatar recebe, mas tudo que eles fazem está dentro da lei. Eles são um país pequeno, com pouca população [cerca de 2,8 milhões de habitantes]. Além disso, há realmente muitos estrangeiros morando aqui, não só no futebol", defende Tabata.
"O curioso é que a Itália e a Espanha também usam muitos jogadores naturalizados, mas ninguém critica elas", completa o ex-jogador do Santos.
A Copa de 2022 será a última com a participação de 32 seleções (a partir de 2026, serão 48 países) e será disputada entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro. As datas incomuns para um Mundial foram a forma encontrada pela organização para fugir do calor do verão do Qatar.
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