Com dinheiro árabe, 2º time de Paris projeta ascensão e clássico com o PSG
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Paris, a capital e cidade mais importante da França, pode ganhar em breve um segundo time na primeira divisão da Ligue 1 e um dérbi cheio de grana vinda do Oriente Médio para chamar de seu.
O Paris FC, que atualmente disputa a segunda divisão da terra de Zinédine Zidane, Antoine Griezmann e Kylian Mbappé, anunciou nesta semana que a família real do Bahrein adquiriu 20% de suas ações.
E esse deve ser só o primeiro passo de um projeto que pretende dar ao Paris Saint-Germain um rival de verdade na esfera municipal (e talvez até na nacional).
Apesar de ainda ser um acionista minoritário, o governo bareinita deve aumentar imediatamente em 30% o orçamento do Paris FC. Além do capital investido na compra de ações, o país árabe também virou o patrocinador principal do clube.
A ideia é que a equipe tenha condições de alcançar a primeira divisão francesa em no máximo três anos. A partir daí, se tudo der certo, é provável que a monarquia do Oriente Médio aumente sua participação na equipe e também o dinheiro depositado no projeto.
Assim como o Qatar, que é dono do PSG desde 2011, o Bahrein também é um país tomado por petróleo no seu subsolo. Cerca de 60% das exportações do território de 750 quilômetros quadrados são decorrentes da indústria do "ouro negro".
Também inspirado no vizinho, o minúsculo arquipélago que abriga menos de 1,5 milhão de habitantes resolveu investir no futebol para diversificar sua economia e também fazer propaganda turística para o mercado externo.
A família real do Bahrein já é dona do Córdoba, que disputa a terceira divisão da Espanha, fez lobby com a Fifa para tentar receber algumas partidas da Copa de 2022 (sediada no Qatar) e tem investido em intercâmbio com o exterior para classificar pela primeira vez sua seleção para um Mundial.
A própria escolha da França (e de sua capital) como novo endereço dos seus investimentos futebolísticos não é à toa e tem questões geopolíticas. Afinal, o Bahrein é aliado da Arábia Saudita, principal adversária política do Qatar no Oriente Médio, com quem trava uma espécie de "guerra fria" há anos na região.
Mas, curiosamente, o clube escolhido pelos árabes e que quer ingressar para o grupo dos "novos ricos" da Europa é um dos pais do PSG. O Paris FC foi fundado em 1969 e se fundiu no ano seguinte com o Stade Saint-Germain para dar origem ao time que hoje manda no futebol da nação campeã mundial.
A parceria durou até 1973, quando dissidentes resolveram deixar a nova equipe e refundar a antiga agremiação. Mesmo assim, o PSG manteve como herança o nome da cidade, o azul do uniforme e o desenho estilizado da Torre Eiffel no escudo.
O Paris FC está fora da primeira divisão francesa desde o final da década de 1970. Desde então, vem se alternando entre o segundo e o terceiro escalão do país. Na atual temporada, foi o 17º colocado da Ligue 2 e escapou por apenas dois pontos do rebaixamento para o equivalente à Série C.
Seu elenco, ao contrário do que veste a camisa do PSG, ainda está longe de ter estrelas de fama internacional. Seus nomes mais conhecidos são o atacante Jonathan Pitroipa, que já defendeu Hamburgo e Rennes, e o técnico René Girard, campeão francês com o Montpellier em 2011/2012.
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