Antipatia pode virar maior inimiga de Neymar em eleição de melhor do mundo
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Neymar está a dois jogos de levar o Paris Saint-Germain à conquista inédita da Liga dos Campeões da Europa e, consequentemente, tornar-se um dos mais fortes candidatos a ser eleito, pela primeira vez na carreira, o melhor do jogador do mundo.
Mas, além das dificuldades enfrentadas pelo PSG, da competitividade da Champions e do favoritismo de Robert Lewandowski (Bayern de Munique), o brasileiro tem um outro fator que pode prejudicá-lo na briga pelo prêmio: a antipatia que boa parte do planeta ainda nutre por ele.
Engana-se quem pensa que a eleição da Fifa, que reúne votos de capitães e técnicos das seleções, jornalistas e torcedores de todos os cantos do mundo, é decidida apenas por critérios técnicos e objetivos.
Na verdade, ela é um grande teste de popularidade. Afinal, boa parte dos eleitores vota com o coração ou com o estômago, não necessariamente com o cérebro. Por isso, ser querido pelo público é um fator quase tão decisivo quanto jogar bem, marcar gols decisivos e levantar taças.
E é nesse ponto que Neymar pode se dar mal.
É verdade que o camisa 10 do PSG já caiu novamente nas graças do torcedor brasileiro. O movimento em apoio ao craque visto no Twitter antes da partida contra a Atalanta, com incontáveis perfis adotando a foto do jogador, servem como termômetro dessa popularidade em alta.
Mas o mesmo não parece estar acontecendo fora das nossas fronteiras. Para muita gente, o atacante ainda é um garoto mimado mais preocupado em brilhas nas redes sociais do que no gramado e com o filme queimado pelo excesso de quedas na Copa-2018.
O próprio desempenho de Neymar nos prêmios da Fifa mostra como o Mundial da Rússia foi essencial na construção dessa antipatia coletiva contra ele.
Entre 2013 e 2017, o brasileiro sempre ficou entre os sete primeiros colocados na eleição de craque máximo do planeta. O auge aconteceu em 2015 e 2017, quando ficou entre os três finalistas e terminou atrás apenas de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.
Mas, nos últimos dois anos, justamente aqueles disputados depois da última Copa, Neymar sequer entrou no top 10 do prêmio.
A boa notícia para Neymar é que o "sentimento do mundo" em relação a ele não é algo fixo, que permanecerá imutável até o fim de sua carreira. Vale lembrar que Cristiano Ronaldo era odiado por muita gente (que o considerava apenas um produto de marketing) antes de virar uma quase unanimidade.
E como CR7 mudou sua imagem? Jogando bola, afastando-se das polêmicas e ganhando títulos. E essa a receita para o camisa 10 brasileiro conquistar o mundo... se não neste ano, nos próximos.
A Fifa confirmou na última quinta-feira que, apesar da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e das inúmeras alterações no calendário do futebol provocadas por ela, entregará normalmente o "The Best" neste ano. A única mudança é que a cerimônia de premiação será 100% virtual.
A outra eleição mais tradicional de craque máximo do planeta, a Bola de Ouro, que é distribuída pela revista "France Football", foi cancelada nesta temporada e deve retornar apenas em 2021.
O maior vencedor da histórias dos prêmios da Fifa é o argentino Lionel Messi, vencedor em seis oportunidades (2009, 2010, 2011, 2012, 2015 e 2019). Com a traumática eliminação do Barcelona nas quartas de final da Liga dos Campeões, ele é um nome fora do páreo neste ano.
O último brasileiro a levantar a taça foi Kaká, em 2007, quando atuava no Milan. Desde então, o melhor resultado de um jogador do país foi mesmo a terceira colocação obtida duas vezes por Neymar, que agora sonha em encerrar o jejum da nação mais vitoriosa do futebol mundial.
O camisa 10 e o PSG voltam a campo nesta terça-feira. A partida contra o RB Leipzig vale vaga na decisão da Champions, marcada para o próximo domingo, em Lisboa (Portugal). A outra semifinal da Champions irá reunir Bayern e Lyon.
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