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Rafael Reis

Por que o City é a melhor opção para o futuro de Messi longe do Barça?

Messi conversa com Kün Agüero, que pode ser seu companheiro de equipe no City - John Sibley/Reuters
Messi conversa com Kün Agüero, que pode ser seu companheiro de equipe no City Imagem: John Sibley/Reuters

26/08/2020 04h20

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Lionel Messi cansou. Aos 33 anos, depois de uma temporada decepcionante e em meio à promessa de uma reformulação completa do elenco do Barcelona, o craque decidiu que não quer mais continuar na Catalunha.

A informação surgiu no meio da tarde de ontem. Segundo a emissora argentina TyCSports, o camisa 10 notificou o clube que pretende exercer a cláusula de saída existente em seu contrato e buscar uma nova equipe para defender em 2020/21.

Times interessados em contratá-lo, existem aos montes. A Inter de Milão, impulsionada por dinheiro chinês, já vem manifestando interesse há algum tempo. Também há um flerte da MLS (Major League Soccer). E sempre há a possibilidade de o seis vezes vencedor do prêmio de melhor do mundo cumprir a promessa de voltar à Argentina para jogar no Newell's Old Boys, seu time de infância.

Mas nenhuma dessas opções é melhor para que Messi se mantenha competitivo, com chances de brilhar em competições de alto nível e de levantar (novamente) os troféus mais desejados do que migrar para a Inglaterra e defender o Manchester City.

O primeiro motivo é óbvio: reestabelecer a parceria com Pep Guardiola. Foi o treinador catalão quem colocou o astro argentino no topo do mundo pela primeira vez, mais de uma década atrás, e quem melhor entendeu como funciona a cabeça (e todas as movimentações dentro de campo) do craque.

Além disso, Messi não teria muitas dificuldades de adaptação ao jogo praticado pelo City. Apesar de Pep e do Barcelona terem mudado muito ao longo dos últimos anos, a essência do futebol que ambos defendem (a busca incessante pela posse de bola) continua a mesma, e é algo que o camisa 10 sabe de cor.

Além disso, no lado azul de Manchester, provavelmente ficaria livre da "Messidependência", que tanto o aflige na seleção argentina e que o vinha massacrando também nas últimas temporadas na Catalunha.

Ao contrário da Inter, que está em evolução, mas ainda não retomou seu lugar na prateleira de cima do futebol mundial, o City já tem um time pronto para derrotar qualquer outra equipe do planeta. O título da Liga dos Campeões ainda não veio, é verdade, mas não foi por falta de "capacidade futebolística".

No elenco inglês, Messi seria tratado como a força extra que poderia ajudar a equipe a subir esse último degrau, mas não teria de resolver jogos semana após semana no campeonato nacional e nas fases iniciais da Champions. Para isso, já existem Kevin de Bruyne, Raheem Sterling, Gabriel Jesus, Sergio Agüero.

Taticamente, o camisa 10 poderia substituir David Silva, que se mandou para Real Sociedad, assumir de vez que virou um meio-campista e formar um setor de criação dos sonhos junto com De Bruyne. Outro cenário seria retornar à função de "falso 9" que exercia com Guardiola no Barcelona e que hoje é muitas vezes feita por Gabriel Jesus.

É claro que jogar na Inglaterra também traria desafios para Leo. O país tem o calendário mais puxado do futebol europeu. Além disso, a intensidade do jogo da Premier League não combina muito com um jogador que está a caminho da reta final da carreira.

Mas o primeiro problema é fácil de ser resolvido. Basta que Guardiola convença Messi a dosar suas forças, não disputar todas as partidas e entrar na rotação de elenco que o City costuma promover.

Já o segundo ponto é um desafio com o qual Messi terá de lidar. Mas, sejamos honestos, se ele não quisesse desafios, ficaria quietinho no Barcelona e não se importaria tanto em ver o barco afundando.

Afinal, tem a idolatria eterna do torcedor catalão e seria o último a ficar com a imagem arranhada por lá.

Messi chegou ao Barcelona quando tinha 13 anos e não defendeu outro clube em sua trajetória como profissional. No total, vestiu a camisa culé em 731 partidas oficiais e marcou 634 gols. Ele é o maior artilheiro da história do clube e só está atrás de Xavi Hernández (767) no número de jogos disputados.

A parceria entre Leo e o Barça rendeu quatro títulos de Champions, dez do Campeonato Espanhol e mais 19 taças na soma de Copas do Rei, Mundiais de Clube e Supercopas espanholas e europeias.