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Rafael Reis

Como Inglaterra está armando "safra de ouro" para destruir jejum histórico

Alexander-Arnold é um dos principais nomes da nova geração inglesa - Charlotte Wilson/Offside/Getty Images
Alexander-Arnold é um dos principais nomes da nova geração inglesa Imagem: Charlotte Wilson/Offside/Getty Images

08/09/2020 04h00

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A Inglaterra inventou o futebol. Mas sua seleção principal só conquistou um título relevante em 150 anos de história: a Copa do Mundo de 1966, quando uma parte considerável dos pais dos seus jogadores atuais sequer havia nascido.

Mas a FA, entidade que administra o English Team, aposta que esse incômodo jejum chegará ao fim na próxima década. E tem feito de tudo para apressar a evolução da "geração de ouro" que acredita que a colocará de novo no alto do pódio.

Não é à toa que dez dos 24 jogadores convocados pelo técnico Gareth Southgate para a rodada dupla de abertura da Liga das Nações (contra Islândia, no último sábado, e Dinamarca, hoje) têm no máximo 23 anos. Dois deles foram cortados por indisciplina: Phil Foden, do Manchester City, e Mason Greenwood, do Manchester United.

A ideia do treinador e também dos seus superiores é que os "jovens vão salvar o futebol inglês" e que, por isso, precisam ganhar experiência internacional o mais rápido possível.

Essa garotada faz parte da geração que obteve os melhores resultados das categorias de base do English Team em todos os tempos. Em 2017, o país conquistou os Mundiais sub-20 (para nascidos a partir de 1997) e sub-17 (a partir de 2000).

O nome mais consolidado desta nova Inglaterra é Trent Alexander-Arnold. Apesar de ter apenas 21 anos, o jogador do Liverpool já ganhou Liga dos Campeões, é o melhor lateral direito do planeta há duas temporadas e tem a absurda marca para um defensor de 35 assistências dadas em menos de 150 partidas como profissional.

Outro jovem que já superou o status de promessa é Jadon Sancho. Aos 20 anos, o atacante do Borussia Dortmund é visto como um futuro candidato ao prêmio de melhor do mundo, tem preço estimado em mais de 100 milhões de euros (R$ 628 milhões) e faz parte da lista de desejos de boa parte das potências da Europa.

A nova safra inglesa tem ainda como destaques Phil Foden, eleito o craque do Mundial sub-17 de quatro anos atrás e que deve assumir a titularidade do Manchester City nesta temporada, Mason Greenwood, atacante de 18 anos que já anotou 17 gols pelo Manchester United, e Mason Mount, uma das caras novas do Chelsea em 2019/2020.

Isso sem contar Ben Chilwell, Marcus Rashford, Dean Henderson, Joe Gomez, Declan Rice, Ainsley Maitland-Niles, Tammy Abraham, Aaron Wan-Bissaka, Fikayo Tomori, James Maddison, Callum Hudson-Odoi.... Todos jogadores sub-23 que já se consolidaram no Campeonato Inglês, o nacional mais poderoso do planeta.

Esta é a segunda edição da Liga das Nações da Europa, torneio criado pela Uefa para ocupar datas que antes eram reservadas para amistosos. A edição de estreia, disputada entre 2018 e 2019, foi vencida por Portugal.

Desta vez, o quadrangular final será jogado em setembro ou outubro do próximo ano. O país-sede do Final Four ainda não foi decidido, já que dependerá das seleções que estiverem na briga pelo título.

Possível escalação da Inglaterra para 2022

Dean Henderson; Trent Alexander-Arnold, Harry Maguire, Joe Gomez e Ben Chilwell; Jordan Henderson, Declan Rice (Mason Mount) e Phil Foden; Jadon Sancho, Harry Kane (Mason Greenwood) e Raheem Sterling