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Rafael Reis

Por que Arthur virou o alvo preferido das críticas de Pirlo na Juventus?

Arthur, durante partida entre Juventus e Ferencvaros, pela Liga dos Campeões - REUTERS/Massimo Pinca
Arthur, durante partida entre Juventus e Ferencvaros, pela Liga dos Campeões Imagem: REUTERS/Massimo Pinca

02/12/2020 04h00

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Principal e mais cara contratação da Juventus para esta temporada, o meio-campista brasileiro Arthur não sai da boca do técnico Andrea Pirlo.

O ex-Barcelona, contratado por 72 milhões de euros (R$ 457,1 milhões), ainda que a maior parte desse valor tenha sido pago com a ida de Miralem Pjanic para a Catalunha, tem sido o jogador mais citado pelo treinador italiano em suas entrevistas coletivas.

E, para o azar de Arthur, as palavras proferidas pelo comandante antes e depois de cada partida costumam ser mais críticas por aquilo que ele deixou de fazer do que elogios pelo seu desempenho.

Como Pirlo também era volante e dos bons (foi campeão mundial com a seleção italiana em 2006 e marcou época com as camisas de Milan e Juventus), ele acabou transformando o brasileiro no alvo principal de suas cobranças.

As críticas mais corriqueiras estão ligadas à dificuldade mostrada pelo camisa 5 em deixar de lado as trocas laterais de bola para praticar um futebol mais agressivo, de passes em profundidade e chutes a gol -ele ainda não deu nenhuma assistência e nem balançou as redes em dez partidas pelo novo clube.

"Ele é um jogador particular e possui características do futebol espanhol. O jogo dele é muito curto e ele está ligado ao Barcelona. Ele ainda toca muito na bola enquanto em certas ocasiões pode acelerar", disse Pirlo, em outubro.

"Arthur foi teimoso ao segurar a bola e tentar acertar passes mais diretos quando deveria espalhar a defesa do Ferencváros. Ele deveria ter aberto mais o jogo para criar situações de um contra um", adicionou o treinador, na semana passada.

Apesar das frequentes críticas do técnico e mentor, o brasileiro tem recebido valiosos minutos para aperfeiçoar seu jogo e se adaptar aos desejos de Pirlo.

Caso comece jogando contra o Dínamo de Kiev, hoje, na Itália, pela penúltima rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, ele emendará sua quarta partida consecutiva como titular da Juventus.

A dificuldade tem sido convencer o treinador a aproveitá-lo nos compromissos mais pesados da temporada. Afinal, contra Barcelona, Roma e Lazio, os três adversários mais poderosos que o time alvinegro enfrentou em 2020/21, o brasileiro somou só 39 minutos em campo.

A ida para a Juventus foi uma tentativa de volta por cima de Arthur, que andava bem queimado no Barcelona.

Depois de um início bem promissor na Catalunha, em que chegou a ser chamado de "novo Xavi", o brasileiro perdeu rendimento em campo, foi criticado pelo comportamento fora das quatro linhas, foi para o banco de reservas e acabou negociado por estar fora dos planos do clube para o futuro.

Vice-líder do Grupo G da Champions, com nove pontos conquistados em quatro rodadas, a Juventus já está classificada para a fase final do torneio e agora só irá decidir com o Barcelona, seu adversário da próxima semana, quem ocupará o primeiro lugar da chave.

No Campeonato Italiano, a situação da atual eneacampeã nacional é menos confortável. A equipe só venceu uma das últimas três partidas, ocupa a quarta colocação e já está seis pontos atrás do líder Milan. No sábado, terá pela frente o clássico contra o Torino e a oportunidade de se recuperar na competição.