Filho rejeitado de Maradona jogou Copa do Mundo e até fez gol contra Brasil
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Diego Maradona já disputou uma Copa do Mundo com a camisa da seleção italiana, alcançou a final do torneio, mas acabou sendo derrotado pelo Brasil. Apesar do vice-campeonato, é claro, deixou sua marca na decisão e uma bola no fundo das redes do time canarinho.
Por mais improvável que pareça, o cenário descrito acima realmente aconteceu. Só que o protagonista dessa história não é o maior astro do futebol argentino, morto no último dia 25 de novembro, mas sim seu filho mais velho.
Diego Armando Sinagra Maradona seguiu os passos do pai e defendeu 16 clubes diferentes ao longo da carreira. Mas ele só encontrou o sucesso chutando uma bola de futebol quando trocou os gramados pela praia.
Durante quatro anos, Maradona Jr. fez parte da seleção italiana de futebol de areia. Em 2008, ele disputou a quarta edição reconhecida pela Fifa da Copa do Mundo da modalidade e vestiu a camisa 10 que foi eternizada pelo pai.
O filho do craque fez dois gols durante a campanha da Azzurra, um deles na derrota por 5 a 2 para o Brasil, que tinha Junior Negão, Benjamin e Buru e alguns outros dos nomes mais importantes da história desse esporte, justamente na decisão do torneio.
Maradona Jr. defendeu a Itália na Copa do Mundo porque ele é, de fato, italiano. O atacante nasceu em 1986, em Nápoles, onde seu pai viveu os melhores dias de sua carreira no futebol de clubes, e é fruto de uma relação extraconjugal entre o ídolo argentino e uma torcedora local.
Apesar de batizado com o mesmo nome do pai, o garoto foi criado exclusivamente pela mãe e só ganhou o direito de ter Maradona em sua certidão de nascimento quando já tinha seis anos, graças a uma decisão judicial.
E foi com o sobrenome famoso que o atacante se lançou na mesma carreira de Don Diego. Atacante, destro e torcedor do River Plate (ao contrário do pai, que sempre foi alucinado pelo Boca Juniors), ele passou quase toda a adolescência nas categorias de base do Napoli e chegou a defender a seleção italiana sub-17 de futebol de campo.
Mas, depois que se profissionalizou, "Maradoninha" não conseguiu se manter em alto nível. Ele passou a maior parte da sua carreira atuando em equipes da quarta divisão italiana e vestindo camisas de equipes amadoras. Em 2012, chegou inclusive a tentar se transferir para a Argentina, mas o negócio não deu certo.
Nesta época, ele vinha tentando uma aproximação com seu pai. Diego e Diego Jr. só se encontraram pela primeira vez em 2003 e, mesmo assim, porque o filho conseguiu driblas os seguranças do astro para, enfim, encará-lo de frente. O reconhecimento genuíno (e não por pressão judicial) só aconteceu 13 anos depois.
A partir de 2016, o Maradona italiano se aproximou bastante do argentino. Mesmo assim, não conseguiu participar do velório do pai, já que estava na Itália e impossibilitado de viajar até Buenos Aires por estar se recuperando de Covid-19.
Em meio a várias homenagens postadas em suas redes sociais nos últimos dias, ele fez um apelo para que todos os clubes que o pai defendeu (Argentinos Juniors, Boca Juniors, Napoli, Sevilla, Newell's Old Boys e Barcelona) aposentassem a camisa 10 como forma de homenageá-lo.
Até o momento, nenhuma dessas agremiações atendeu à solicitação. O gesto mais concreto foi dado pelo Napoli, time da cidade natal do filho italiano de "D10S", que decidiu alterar o nome do seu estádio de San Paolo para Diego Armando Maradona.
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