Xodó do Palmeiras, Rony passou por seca, rebaixamento e imbróglio no Japão

Principal contratação do Palmeiras para 2020, Rony passou boa parte do ano fazendo a festa das torcidas adversárias. Afobado, o atacante errava quase tudo que tentava e virou meme várias vezes nas redes sociais pela dificuldade para balançar as redes.

Mas tudo mudou depois que Abel Ferreira desembarcou no Brasil. Na gestão do técnico português, o atacante tem feito um gol atrás do outro, distribuído assistências e acumulado prêmios de melhor jogador em campo.

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Com isso, acabou se tornando o novo xodó da torcida alviverde, uma reviravolta que ele não conseguiu dar em sua única experiência até hoje no futebol do exterior.

Rony atuou no Albirex Niigata, do Japão, entre janeiro de 2017 e abril do ano seguinte. Contratado por 3,7 milhões de euros (R$ 23,5 milhões, na cotação atual), pelo menos de acordo com os nipônicos, o brasileiro é até hoje o reforço mais caro da história da equipe... e também sua maior decepção.

Na época com 21 anos e inflacionado por uma boa passagem pelo Náutico, Rony disputou 36 partidas no Oriente e acumulou mais cartões amarelos (nove) do que gols (oito). Também ficou devendo na quantidade de passes para seus companheiros balançarem as redes: seis.

Mais que isso: falhou feio na missão de protagonista para qual foi contratado. Durante sua passagem pela Ásia, o Albirex Niigata acabou sendo rebaixado para a segunda divisão japonesa.

Assim como está acontecendo no Palmeiras, Rony até se destacou na reta final da temporada e fez três gols nas últimas cinco rodadas da competição. Só que já era tarde demais para salvar a equipe e recuperar sua imagem arranhada.

Depois do descenso, o atacante resolveu voltar ao Brasil e não disputar a segundona. Amparado por uma interpretação dos seus representantes de que ele jamais teve os direitos econômicos comprados pelos japoneses e que só estava emprestado por um ano ao clube, ele se transferiu para o Athletico-PR.

O Albirex Niigata se sentiu lesado pelo que considerou uma quebra unilateral de contrato (que seria válido por três anos, de acordo com o clube) e acionou a Fifa cobrando indenização na casa de US$ 10 milhões (R$ 51,8 milhões).

Como esse pagamento não foi feito, o Athletico-PR acabou punido com a proibição de registrar novos jogadores durante duas janelas de transferências. Já Rony levou quatro meses de suspensão, só que o TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) concedeu um efeito suspensivo para que ele possa atuar até o julgamento final do caso, previsto para o próximo ano.

Em fevereiro, o Palmeiras pagou 6 milhões de euros (R$ 37,9 milhões) pelo atacante, que demorou para se firmar, mas que agora é das peças mais importantes do time paulista.

Poupado da derrota por 2 a 0 para o Internacional, sábado, pelo Campeonato Brasileiro, Rony deve voltar à escalação do Palmeiras na partida de amanhã, contra o América-MG, em São Paulo, que abre as semifinais da Copa do Brasil.

Já na reta final da temporada, a equipe de Abel Ferreira continua viva em três frentes, já que também é semifinalista da Libertadores (enfrenta o River Plate, na primeira quinzena de janeiro) e ocupa a sexta colocação da Série A -tem 12 pontos e um jogo a menos que o líder São Paulo.