Na contramão de Jesus e Abel, brasileiro vira o técnico da moda em Portugal
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Jorge Jesus levou o Flamengo aos títulos brasileiro e da Libertadores em 2019 e montou um time que entrou para a história. Na atual temporada, Abel Ferreira mal desembarcou no Palmeiras e já caiu nas graças dos torcedores, depois de classificar a equipe para as decisões da Copa do Brasil e do torneio interclubes mais importante do continente.
Não é novidade para ninguém que o futebol do único país pentacampeão mundial anda apaixonado pelos treinadores portugueses. Mas a surpresa é que a terra de Cristiano Ronaldo agora também tem um crush verde e amarelo em seus bancos de reserva.
O catarinense Milton Mendes, que já dirigiu Vasco, Athletico-PR e Sport, além de outros times brasileiros de menor investimento e repercussão, virou nas últimas semanas o técnico da moda na primeira divisão lusa.
Ele assumiu o modesto Marítimo, clube onde já trabalhava com o elenco sub-23, no começo de dezembro. Em menos de dois meses, venceu uma partida atrás da outra, tirou a equipe da zona de rebaixamento e até derrotou o melhor time da temporada portuguesa, o Sporting.
A vitória sobre o líder do campeonato nacional aconteceu na Taça de Portugal. No dia 11 de janeiro, o grupo dirigido por Mendes venceu os lisboetas por 2 a 0 e se classificou para as quartas de final da competição.
No total, o Marítimo disputou até o momento oito partidas sob comando do brasileiro e obteve cinco vitórias, um empate e duas derrotas. O aproveitamento de 66,7% dos pontos disputados não é muito diferente do de Jesus à frente do Benfica (69,1%).
A diferença é que, enquanto os Encarnados gastaram uma fortuna na montagem do seu elenco, o clube da Ilha da Madeira conta com um plantel de jogadores bastante modesto.
Os nomes mais conhecidos do time são o goleiro Amir Abedzadeh, reserva da seleção iraniana na última Copa do Mundo, o camaronês Joel (ex-Cruzeiro, Santos e Botafogo) e os brasileiro Rodrigo Pinho (vice-artilheiro do Carioca-2015) e Cláudio Winck (ex-Vasco e Inter).
"Acredito que o lugar que o Marítimo almeja, e tem jogadores para isso, não era o que estava e não é o que está. Queremos mais", disse o treinador, no fim do mês passado, logo após a primeira sequência de bons resultados.
Apesar de ter nascido deste lado do Oceano Atlântico e de ter começado sua trajetória nos gramados no Vasco, Mendes é quase um português. Afinal, ele passou 15 anos de sua carreira como jogador (era lateral direito) na antiga metrópole brasileira e também estreou como treinador por lá, no começo dos anos 2000.
O bom trabalho que tem feito no Marítimo é, aliás, uma forma de melhorar um pouco a imagem dos treinadores brasileiros no Velho Continente. O último representante do país a tentar a sorte na elite europeia antes do catarinense foi o ex-lateral esquerdo Sylvinho, que durou só quatro meses no Lyon na temporada passada.
Em Portugal, o cenário também já foi melhor para brasileiros. Em 1966, Otto Glória foi terceiro colocado da Copa do Mundo com a seleção lusa. Quarenta anos depois, Luiz Felipe Scolari também levou a equipe à semifinais da competição.
Os três maiores clubes portugueses foram dirigidos por brasileiros durante a década de 1990. Carlos Alberto Silva comandou o Porto. Paulo Autuori liderou o Benfica. E o Sporting teve Marinho Peres à frente do seu elenco.
Mas, nos últimos anos, as chances foram ficando cada vez mais raras. Quem sabe Milton Mendes não consiga transformar essa situação? O próximo tijolinho para construir esse caminho pode ser obtido amanhã, quando o Marítimo recebe o Paços de Ferreira, pela 15ª rodada do Português.
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