Por que Nacho Fernández deve ser melhor reforço do futebol nacional no ano?

Hulk já foi anunciado pelo Atlético-MG. Rafinha está negociando seu retorno ao Flamengo depois de passar apenas meia temporada na Grécia. E Diego Costa vem sendo especulado como possível novo dono da camisa 9 do Palmeiras.

Apesar de consagrados internacionalmente, com uma longa lista de serviços prestados a clubes importantes da Europa e passagens por seleção, nenhum deles deve ser o principal reforço do futebol brasileiro em 2021.

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Quem tende a ocupar o posto de melhor novidade do país pentacampeão mundial para a nova temporada, que desta vez começa em fevereiro, dois dias depois do encerramento da Série A, é um argentino.

Ainda que já tenha 31 anos, nunca tenha atuado por um clube de fora do seu país e só tenha disputado uma partida por sua seleção, Nacho Fernández é o melhor reforço que um time brasileiro tem condições de contratar neste momento.

O meio-campista desligou-se do River Plate, equipe que defendia desde 2016, na segunda-feira, e deve ser anunciado pelo Atlético-MG nos próximos dias. Segundo o jornal "Olé", o negócio irá movimentar US$ 6 milhões (R$ 32,2 milhões).

Fernández foi a engrenagem central do time montado por Marcelo Gallardo que tanto barulho fez no futebol sul-americano durante a segunda metade da década passada. Ele disputou 170 partidas pelo River e marcou 24 gols. Conquistou um título de Libertadores, em 2018, e perdeu uma final, no ano seguinte, para o Flamengo.

Ao contrário dos outros medalhões que acabaram de desembarcar ou que estão para chegar ao Brasil, o argentino ainda não dá indícios de estar em declínio físico e técnico. Pelo contrário, vive o auge da sua carreira.

E é justamente por ter alcançado sua melhor forma tão tarde que Fernández é um reforço possível para o Atlético-MG. Se tivesse despontado cedo no futebol sul-americano, provavelmente teria ido para a Europa e por lá estaria até hoje.

Como jogou no Gimnasia La Plata do início da carreira até os 26 anos e só "estourou" depois disso, quando chegou ao River, o meia ficou velho demais para a atual política de contratações dos times do Velho Continente, que têm buscado na América do Sul apenas adolescentes ou jovens que subiram há pouco para o futebol profissional.

Outro ponto que difere Fernández de Hulk, Diego Costa ou Rafinha, por exemplo, é a motivação. Enquanto esses outros veteranos já não têm muito a provar, o ex-River vai encarar sua primeira experiência no exterior e, mesmo só tendo jogado uma vez pela seleção, ainda pode sonhar com uma convocação para a Copa do Mundo 2022.

Além disso, o reforço do Atlético-MG é um atleta de características ainda raras no futebol brasileiro. O argentino marca como um volante e arma o jogo como um genuíno camisa 10. É um típico "box-to-box", para usar um termo muito comum na Inglaterra, que pode ser traduzido como "todocampista".

É óbvio que há jogadores melhores que Fernández no Mercado da Bola internacional. Até porque, se não existissem, ele não estaria vindo para o futebol brasileiro, mas, sim, trilharia caminho em alguma das ligas mais poderosas da Europa.

Mas dentro da capacidade econômica atual dos clubes nacionais, bastante prejudicada pela pandemia da covid-19 e pela desvalorização do real frente ao dólar e ao euro, é difícil imaginar um reforço superior a ele desembarcando por aqui nos próximos meses.

Talvez o atacante colombiano Rafael Santos Borré, também do River, que faz parte da lista de desejos do Palmeiras para o segundo semestre, possa vir a ser esse nome. Mas não são muitas as opções que podem tirar de Nacho Fernández o posto de melhor reforço do futebol brasileiro em 2021.