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Abel, Crespo e Holan: o que os técnicos estrangeiros fizeram no exterior?
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A temporada 2021 do futebol paulista ainda nem começou, mas já promete ter um fato histórico para chamar de seu. Afinal, três dos quatro maiores clubes do Estado devem iniciar a disputa das competições do "ano novo" com treinadores estrangeiros.
O Palmeiras já é liderado pelo português Abel Ferreira desde novembro passado. O São Paulo anunciou há pouco mais de uma semana a contratação do argentino Hernán Crespo. E o Santos está a detalhes de confirmar Ariel Holan, também da Argentina.
Ver três dos integrantes do "quarteto de ferro" sendo dirigidos por gringos na mesma temporada não chega a ser inédito, mas é algo que não acontecia há mais de 40 anos. Em 1978, Palmeiras, Corinthians e Santos foram comandados por mentes argentinas: Filpo Núñez, Armando Renganeschi e Ramos Delgado, respectivamente.
Mas será que você sabe o que Abel, Crespo e Holan fizeram lá no exterior que os credenciasse a ser contratados por clubes do primeiro escalão do futebol brasileiro? É isso que o "Blog do Rafael Reis" responde logo abaixo.
ABEL FERREIRA
Português
42 anos
Palmeiras (desde novembro de 2020)
PAOK-GRE (2019-20): 57 jogos, 63,7% de aproveitamento
Braga-POR (2016-19): 103 jogos, 65,7% de aproveitamento
Braga B-POR (2015-17): 103 jogos, 44,9% de aproveitamento
Sporting B-POR (2013-14): 42 jogos, 55,5% de aproveitamento
Atual campeão da Libertadores à frente do Palmeiras, Abel foi um lateral direito de relativo sucesso no futebol português nos anos 2000, apesar de nunca ter defendido a seleção. Aposentado precocemente, aos 33 anos, assumiu o comando da equipe sub-19 do Sporting em 2011, logo depois de pendurar as chuteiras, e foi campeão nacional da categoria já na temporada de estreia.
Em 2013, virou técnico no futebol profissional ao assumir o time B da equipe de Lisboa, onde permaneceu por só um ano. Depois, transferiu-se para o Braga. Em 2016, teve uma chance de comandar o time principal interinamente, mas a vaga definitiva só veio no ano seguinte.
Em 2017/18, sob comando de Abel, o clube teve a melhor temporada de sua história. Apesar de ter sido só quarto colocado no Português, bateu se recorde de pontos (75), vitórias (33, na soma de todas as competições) e gols marcados (101, também considerando todos os torneios).
O bom trabalho chamou a atenção do PAOK. Na Grécia, o hoje comandante do Palmeiras foi vice campeão nacional e conquistou classificação para as fases preliminares da Liga dos Campeões da Europa da atual temporada, onde derrotou o Benfica, de Jorge Jesus, em seu último grande ato antes de se transferir para o Brasil -acabou derrotado pelo Krasnodar, da Rússia, no jogo que valia vaga na fase de grupos.
HERNÁN CRESPO
Argentino
45 anos
São Paulo (desde fevereiro de 2021)
Defensa y Justicia-ARG (2020-21): 33 jogos, 52,5% de aproveitamento
Banfield-ARG (2019): 18 jogos, 18 jogos, 33,3% de aproveitamento
Modena-ITA (2015-16): 35 jogos, 36,2% de aproveitamento
Ex-atacante que disputou três Copas do Mundo (1998, 2002 e 2006), o novo técnico do São Paulo terá no Brasil sua primeira oportunidade de trabalhar em um clube acostumado a terminar campeonatos na parte de cima da classificação.
Mas, mesmo com elencos modestos e poucos recursos humanos para fazer campanhas expressivas em ligas nacionais, Crespo já tem um título importante em sua carreira como treinador: o da Copa Sul-Americana do ano passado, conquistado à frente do Defensa y Justicia.
O ex-camisa 9 começou a carreira de treinador na Itália, país onde viveu seus melhores momentos como jogador. Em 2014, o Parma lhe abriu as portas para que trabalhasse nas categorias de base do clube.
Um ano depois, veio o convite para dirigir o Modena na Série B do Calcio. A experiência não deu muito certo, e Crespo acabou demitido em março, após três derrotas consecutivas e com o time ameaçado de rebaixamento, queda essa que acabou se concretizando mais tarde.
Foi só em 2019 que o ex-atacante resolveu voltar para casa e trabalhar no futebol argentino. O primeiro trabalho, no Banfield, durou oito meses e foi bem fraquinho. Já no Defensa y Justicia, a história foi diferente. O agora comandante do São Paulo não só venceu a Sul-Americana, como montou um time todo voltado ao ataque. Em seus últimos dez jogos, em cinco a equipe fez pelo menos três gols.
ARIEL HOLAN
Argentino
60 anos
Negocia com o Santos
Universidad Católica-CHI (2019-21): 47 jogos, 48,9% de aproveitamento
Independiente-ARG (2017-19): 103 jogos, 45,6% de aproveitamento
Defensa y Justicia-ARG (2015-16): 47 jogos, 36,2% de aproveitamento
O favorito para dirigir o Santos a partir do Campeonato Paulista possui uma das carreiras mais peculiares do futebol mundial. Afinal, ela não começou no esporte mais popular do planeta, mas sim em outra modalidade.
Holan passou as décadas de 1980 e 1990, além do começo dos anos 2000, dirigindo times de hóquei na grama. No comando da seleção feminina do Uruguai, ele chegou a ser medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003.
Logo depois da competição, o argentino foi para os Estados Unidos fazer cursos de futebol e de lá voltou pronto para transformar sua carreira. Seu primeiro emprego, foi como auxiliar do Arsenal de Sarandí. Depois, passou por vários clubes como assistente e deu expediente até no River Plate.
Sua primeira experiência como treinador de um time adulto de futebol só surgiu em 2015, quando foi contratado pelo Defensa y Justicia. A passagem rendeu a primeira classificação do modesto clube para um torneio continental, a Copa Sul-Americana.
Credenciado pela boa campanha, Holan foi "promovido" e assumiu o Independiente, um dos grandes do futebol argentino. Com ele, venceu a própria Sul-Americana e fez a festa contra o Flamengo, dentro do Maracanã.
O trabalho mais recente do argentino foi na Universidad Católica, onde permaneceu até semana passada. O argentino ficou por lá durante um ano e dois meses e saiu com o troféu do Campeonato Chileno, conquistado por antecipação e com oito pontos de vantagem para o segundo colocado, nos braços.
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