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Aliviado com 1º gol, Reinier diz que sabia que jogar na Europa seria duro
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Reinier viveu, no último fim de semana, um raro momento de alegria desde que deixou o Flamengo, logo depois de completar 18 anos e com apenas 15 partidas como profissional no currículo, para se aventurar na Europa.
O gol que fechou a vitória por 3 a 0 do Borussia Dortmund sobre o Arminia Bielefed, sábado passado, pela 23ª rodada do Campeonato Alemão, foi o primeiro do meia-atacante na elite do futebol do Velho Continente.
"Meu sentimento foi de alívio. O começo estava sendo bem difícil. Mas eu vinha trabalhando diariamente para fazer gols e, principalmente, ajudar minha equipe. Graças a Deus, aguentei a pressão e algumas críticas que recebi", afirmou o jovem, em entrevista por telefone ao "Blog do Rafael Reis".
A sensação de tirar um peso de uma tonelada das costas tem uma explicação. Desde que foi negociado com o Real Madrid, há um ano e dois meses, quase tudo deu errado na carreira de Reinier.
O primeiro obstáculo foi a pandemia. Relegado ao Castilla, time B do gigante espanhol, para ganhar experiência, o brasileiro viu a terceira divisão espanhola ser encerrada devido à proliferação da covid-19 depois de ele disputar só três partidas (e fazer dois gols).
Quando o Real retomou as atividades, Reinier sofreu uma lesão muscular e ficou afastado por 20 dias. Com isso, perdeu a chance de tentar convencer Zinédine Zidane a aproveitá-lo na equipe principal (o time também não tinha vaga para inscrever novos estrangeiros).
A solução foi ser emprestado a outro clube para evoluir seu jogo. A escolha parecia ter sido feita a dedo: o Borussia Dortmund, time que é famoso por saber trabalhar muito bem com jovens jogadores e tem alguns dos meninos mais cobiçados do futebol mundial, como Erling Haaland e Jadon Sancho.
Só que, com mais da metade da temporada já disputada, o brasileiro participou de apenas 11 jogos, ficou só 176 minutos em campo e não foi escalado como titular uma única vez.
Mas engana-se quem pensa que Reinier está decepcionado com o Dortmund e arrependido por ter saído tão cedo do Brasil. Pelo contrário, ele já imaginava que tudo isso (menos a pandemia, claro) pudesse acontecer.
"Nunca me questionei [se fiz a escolha certa]. Meu sonho era mesmo vir para a Europa. Eu sabia que aqui estava o futuro da minha família e da minha carreira. É claro que eu sabia que a adaptação não seria fácil, mas tinha consciência que uma hora ia chegar minha vez. Tenho certeza que meus minutos em campo vão aumentar."
Na verdade, já estão aumentando. Depois de ficar um mês e meio (sete rodadas) sem jogar no Alemão, Reinier entrou nos minutos finais de três dos últimos quatro compromissos do Dortmund. E, contra o Arminia Bielefeld, fez o gol que tanto esperava.
"Estou fazendo tudo que posso para conquistar um lugar no time. Comecei a estudar inglês assim que cheguei aqui. Fiz até aulas de francês para entender melhor nosso antigo técnico [o suíço Lucien Favre, demitido em dezembro] e, diariamente, faço um pós-treino assim que chego em casa [com preparador e fisioterapeuta particulares]."
Curiosamente, o primeiro gol de Reinier no Dortmund nasceu justamente do passe de um dos maiores parceiros que ele fez no clube alemão: Haaland. O astro norueguês foi também o primeiro jogar a abraçá-lo depois da bola balançar as redes.
"Ele é sensacional também fora de campo. Sabe daquelas pessoas que só querem ver o seu bem? Desde o começo, o Haaland é um cara muito importante para mim. Ele adora o Brasil, costuma conversar sobre favela e até já veio falar comigo sobre o Flamengo."
Apesar de só ter perdido uma vez nas últimas cinco rodadas do Alemão, o Dortmund está longe de viver suas melhores temporadas no cenário local. O time de Reinier ocupa apenas a quinta colocação na Bundesliga, com 39 pontos, 13 a menos que o Bayern de Munique, seu adversário de amanhã.
Na Liga dos Campeões, a situação é bem melhor. Impulsionados pelos gols de Haaland, artilheiro da competição, com oito bolas nas redes, os aurinegros venceram o Sevilla por 3 a 2, há duas semanas, no primeiro jogo das oitavas de final.
Para assegurar um lugar entre os oito melhores times da Europa em 2020/21, o Dortmund pode até ser derrotado pelos espanhóis por 1 a 0 ou 2 a 1 no confronto de volta, marcado para a próxima terça-feira (9), em casa.
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