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Ex-Vasco dura só 3 meses e vira novo fiasco de técnico brasileiro na Europa
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Enquanto o Brasil celebra as vitórias de Abel Ferreira no Palmeiras, espanta-se com o bom início de trabalho de Hernán Crespo no São Paulo, dá uma chance para Ariel Holan no Santos e se apaixona por treinadores estrangeiros, os técnicos nascidos na nação pentacampeã mundial vão de mal a pior no cenário internacional.
Único representante do país do futebol que descolou um time para comandar na atual temporada do primeiro escalão da Europa, Milton Mendes aguentou apenas três meses de trabalho no Campeonato Português.
O catarinense, que já dirigiu Vasco, Athletico-PR, Sport, Santa Cruz e outros times de menor expressão aqui do Brasil, pediu demissão nesta semana do comando do Marítimo depois de emendar nove partidas sem vitória (com direito a oito derrotas) e chegar à lanterna da liga nacional.
O curioso é que a gestão de Mendes na equipe da Ilha da Madeira, terra onde nasceu Cristiano Ronaldo, começou de uma maneira das mais promissoras.
Mas, depois que o atacante brasileiro Rodrigo Pinho, artilheiro e principal jogador do time na temporada, sofreu uma lesão no tornozelo, o Marítimo desandou. Sua última vitória foi o 1 a 0 sobre o Gil Vicente, no dia 17 de janeiro.
Desde então, a equipe que era comandada por Mendes só não perdeu uma partida (empate por 0 a 0 com o Portimonense, há duas semanas). Com uma derrota atrás da outra, despencou na tabela e chegou à última posição do Português, com 18 pontos ganhos em 22 rodadas.
O treinador, cujo último trabalho no Brasil havia sido no São Bento, em 2019, estava no Marítimo desde agosto. Originalmente, ele foi contratado para comandar o time sub-23 do clube. A chance de assumir a equipe principal veio no começo de dezembro e durou só um trimestre.
O fracasso de Mendes em Portugal é mais uma página negativa na história recente da trajetória de técnicos brasileiros no futebol europeu.
Na temporada passada, o ex-lateral esquerdo Sylvinho trocou a chance de dirigir a seleção olímpica do Brasil pelo comando do Lyon. Depois de apenas 11 partidas e com o time próximo da zona de rebaixamento na França, acabou demitido.
Com um novo técnico, a equipe engrenou, construiu sua melhor campanha em todos os tempos na Liga dos Campeões da Europa e só parou nas semifinais do torneio continental depois de perder para o Bayern de Munique, que ficou com o título.
Luiz Felipe Scolari também não tem boas lembranças da sua passagem por um clube europeu. Ele dirigiu o Chelsea durante sete meses entre 2008 e 2009, depois de sair da seleção portuguesa, mas foi demitido por falta de resultados e pressão dos jogadores mais importantes do elenco.
Leonardo foi outro que tentou a sorte como treinador na Europa. Ele dirigiu Milan, Inter de Milão e Antalyaspor, da Turquia. Como não obteve resultados muito expressivos, acabou voltando a ser cartola e hoje é o diretor de futebol do Paris Saint-Germain.
O cenário é bem diferente do vivido pelos treinadores brasileiros que se arriscavam no Velho Continente no final do século passado.
Carlos Alberto Silva ganhou dois títulos portugueses consecutivos com o Porto, em 1992 e 1993. Carlos Alberto Parreira venceu o Campeonato Turco à frente do Fenerbahce, em 1996. E Ricardo Gomes faturou duas copas nacionais com o PSG, também nos anos 1990.
Agora sem Milton Mendes e sem nem cogitar a contratação de um outro técnico brasileiro, o Marítimo tenta iniciar amanhã sua reação no Português. O adversário será justamente o seu arquirrival da Ilha da Madeira, o Nacional.
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