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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Brasil é freguês da Noruega, a seleção de Haaland: verdade ou lenda?

Haaland é a nova estrela da seleção da Noruega, que nunca perdeu para o Brasil - Getty Images
Haaland é a nova estrela da seleção da Noruega, que nunca perdeu para o Brasil Imagem: Getty Images

17/03/2021 04h00

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Praticamente esquecida pelos fãs de futebol internacional desde a década de 1990, a Noruega está voltando à moda graças à ascensão de Erling Haaland, artilheiro da Liga dos Campeões da Europa nesta temporada e um dos jogadores mais badalados da atualidade.

Aqui no Brasil, o sucesso do jovem centroavante do Borussia Dortmund trouxe novamente à tona uma discussão que bombava lá no fim do século passado e passou as últimas décadas adormecida: a ideia de que a seleção pentacampeã mundial é freguesa (e das grandes) dos escandinavos.

Mas será que o Brasil realmente costuma se dar mal quando cruza com a Noruega pelo caminho? Ou essa é apenas mais uma das várias lendas urbanas que tanto fazem sucesso no dia a dia do futebol, como o quadro de autismo de Lionel Messi e a transexualidade de Marco Verratti, meia do PSG?

Por mais surpreendente que pareça, essa história não tem nada de lendária. Ela é 100% verídica. Os brasileiros já mediram forças contra o país de Haaland em quatro oportunidades e jamais conseguiram derrotá-los.

Foram dois empates e duas derrotas, com cinco gols marcados e oito sofridos. Só um desses jogos não era amistoso, mas sim válido pela fase de grupos de uma Copa do Mundo. E, nele, só para aumentar a sensação de freguesia, deu Noruega.

A partida em questão encerrou o Grupo A do Mundial da França 1998. Os brasileiros já estavam classificados para a próxima fase. Mesmo assim, foram a campo praticamente com força máxima (apenas o zagueiro Aldair e o volante César Sampaio foram poupados).

Em um jogo bastante equilibrado, Bebeto abriu o placar aos 33 min do segundo tempo. Cinco minutos depois, o centroavante Tore André Flo, o destaque norueguês da época, empatou. Logo depois, ele sofreu um polêmico pênalti de Júnior Baiano (visível em apenas uma câmera, que foi ignorada pela transmissão oficial), e Kjetil Rekdal decretou a vitória europeia por 2 a 1.

Antes do encontro na Copa, o Brasil já havia tido dois confrontos anteriores contra os noruegueses, ambos em amistosos jogados na casa do adversário: um empate por 1 a 1, em 1988, e uma derrota por 4 a 2, em 1997.

Depois, eles só mediram força mais uma vez. Em agosto de 2006, Dunga estreou como técnico da seleção com mais um empate por 1 a 1 contra os nórdicos: Detalhe: esse foi o único confronto entre brasileiros e noruegueses disputado depois do nascimento de Haaland.

Em toda a história, a Noruega só disputou três edições da Copa do Mundo. Em 1938 e 1994, foi eliminada logo na primeira fase. Na sua participação mais recente, 23 anos atrás, chegou às oitavas de final e perdeu no mata-mata para a Itália.

Embalados de esperança por culpa do artilheiro da Champions, os noruegueses estreiam nas eliminatórias europeias do Qatar 2022 na próxima quarta-feira (24), contra Gibraltar, fora de casa. Holanda, Turquia, Montenegro e Letônia completam o Grupo G.

Apenas o primeiro colocado da chave conquista vaga direta para o Mundial do próximo ano. A segunda melhor seleção de cada grupo vai para a repescagem, que será disputada em formato de playoff junto com as seleções que se destacaram na Liga das Nações.