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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Recém-aposentado, Montillo vira empresário e assume lado "coach" de atletas

Montillo viveu alguns dos melhores momentos de sua carreira no Cruzeiro - GuilhermeTesta/Free Lancer
Montillo viveu alguns dos melhores momentos de sua carreira no Cruzeiro Imagem: GuilhermeTesta/Free Lancer

31/03/2021 04h00

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Aposentado dos gramados há um mês e meio, o ex-meia Walter Montillo, que defendeu Cruzeiro, Santos e Botafogo no futebol brasileiro, já está dando os primeiros passos em uma nova carreira no mundo do futebol.

O argentino de 36 anos virou sócio do seu antigo empresário, Sérgio Irigoita, e agora está atuando no ramo de representação de atletas.

Mas, pelo menos por enquanto, o trabalho de Montillo não tem sido tanto a intermediação de transferências e a negociação com os clubes para obter contratos melhores para os seus clientes.

O ex-meia tem aproveitado a experiência acumulada ao longo de 19 anos como jogador profissional de futebol, com passagens por México, Chile, Brasil e China, além de três jogos pela seleção principal da Argentina, para ser uma espécie de "coach" dos atletas mais jovens.

"Minha ideia é continuar um processo ao lado do meu empresário, melhorando o que ele já fazia. Estou assessorando os meninos nas partes física, nutricional e psicológica. Tomara que dê certo. Quero muito ajudá-los", afirmou, em entrevista por telefone ao "Blog do Rafael Reis".

Um conselho que Montillo sempre dá a seus clientes adolescentes, aqueles que ainda estão nas categorias de base, é para que eles não troquem completamente a escola pelo sonho de viver nos campos de futebol.

"Gosto muito da ideia de que nossos jogadores estudem. Eles não podem pensar apenas em futebol. A carreira é muito incerta. Às vezes, simplesmente não dá certo. Então, eles precisam estudar também para ter um plano B."

Por enquanto, a "By Argentina" tem trabalhado exclusivamente com atletas do país natal de Montillo. Mas a ideia do ex-jogador é aproveitar seus contatos feitos durante a vida nos gramados para expandir sua área de atuação para Brasil e Chile, assim que a pandemia da covid-19 permitir.

"No momento, não tem como viajar para o Brasil. E, como não queremos fazer um trabalho meia-boca, achamos melhor esperar um pouco mais. Mas nossa intenção é, sim, ir para aí também", explicou.

Montillo terminou a carreira na Universidad de Chile, clube em que estava desde janeiro do ano passado. Ele disputou sua última partida como profissional no dia 13 de fevereiro, na vitória por 3 a 1 sobre o Antofagasta, pela última rodada do Campeonato Chileno.

"Eu já havia dito que gostaria de me aposentar na La U. Infelizmente, eles não quiseram renovar meu contrato. Acho que o Dudamel [ex-técnico do Atlético-MG] não gosta muito de jogadores mais velhos. Eu até poderia voltar para a Argentina, claro, mas teria que provar que ainda poderia jogar bem apesar da idade. Preferi parar. Acho que foi na hora certa."

Revelado pelo San Lorenzo, mas famoso graças à sua primeira passagem pela Universidad de Chile, Montillo foi um dos principais jogadores estrangeiros do futebol brasileiro durante a década passada.

Ele desembarcou no país em 2010, contratado pelo Cruzeiro, clube pelo qual foi campeão mineiro no ano seguinte, tornou-se ídolo e conquistou vários prêmios de destaque individual da Série A.

Em 2013, foi contratado a peso de ouro pelo Santos e recebeu o direito de usar a famosa camisa 10 do clube de Pelé. Só que a experiência não foi tão boa quanto a vivida em Minas Gerais. Um ano depois, acabou negociado com o Shandong Luneng, da China.

A última passagem de Montillo pelo Brasil foi também a menos expressiva. Ele retornou ao país em 2017 para defender o Botafogo. Mas, em meio a problemas físicos e sem conseguir render o esperado, pediu a rescisão do seu contrato e voltou à Argentina.