Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Se PSG vencer a Champions, Mbappé (e não Neymar) deve ser o melhor do mundo
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A vitória por 3 a 2 sobre o Bayern de Munique, ontem (7), na Alemanha, na reedição da final da temporada passada, mostrou que o Paris Saint-Germain é candidato real a conquistar no próximo mês o primeiro título de Liga dos Campeões da Europa de sua história.
Mas, mesmo que isso aconteça, é pouco provável que Neymar consiga transformar o título do torneio interclubes mais importante do calendário anual do futebol no feito com que tanto sonha: o prêmio de melhor jogador do mundo.
Isso porque a cada dia parece mais claro que uma eventual conquista parisiense irá significar, quase que automaticamente, a vitória de Kylian Mbappé no The Best (Fifa) e também na Bola de Ouro (France Football), as duas eleições mais expressivas que elegem o craque do planeta.
Tudo bem que Neymar teve uma grande atuação contra o Bayern e distribuiu duas belas assistências no primeiro confronto das quartas de final. Mas quem entrou para a história como o cara que decidiu a partida, com dois gols, foi o seu companheiro de ataque.
Mbappé já havia brilhado na abertura da reta final da competição, quando não contou com a parceria de Neymar, machucado. Na fase anterior, contra o Barcelona, o camisa 7 marcou quatro dos cinco gols que classificaram os franceses.
O jovem de 22 anos já assumiu a vice-artilharia isolada da Champions, com oito gols, só dois a menos que Erling Haaland, do Borussia Dortmund. Detalhe: seis desses oito tentos foram anotados nos mata-matas decisivos e contra dois gigantes do primeiro escalão da Europa, Barça e Bayern.
Além de estar decidindo os jogos mais importantes da temporada, o francês tem uma outra vantagem importantíssima sobre Neymar em uma eventual disputa pelo posto de melhor do mundo.
Enquanto o brasileiro tem o "filme queimado" com muitos eleitores dos prêmios, que não gostam do seu estilo de jogo, reclamam do seu histórico excesso de simulações e criticam seu comportamento extracampo, Mbappé goza de uma simpatia global.
Por mais injusto que pareça, as eleições da Fifa e da France Football nunca foram apenas uma medição de quem joga mais bola. Elementos subjetivos e alheios ao que rola dentro de campo, como popularidade, articulação política e networking, sempre fizeram parte desses processos de escolha.
Vale lembrar que, no ano passado, mesmo sendo decisivo na inédita classificação do PSG para a decisão da Champions, Neymar foi só o nono colocado no "The Best". Mbappé, mesmo enfrentando problemas físicos na reta final da competição, ficou duas posições acima.
Isso significa que o brasileiro não tem nenhuma chance de ser eleito o melhor jogador do mundo nesta temporada e que agora precisa trabalhar para a consagração do seu companheiro de time?
Também não é assim. É possível roubar o virtual posto de Mbappé. Mas, para isso, o camisa 10 terá de emendar uma atuação de gala atrás da outra na reta final da Liga dos Campeões, ser bem mais decisivo que o parceiro e terminar a temporada como o protagonista inquestionável do título do PSG.
Se não for assim, o prêmio de melhor do mundo novamente não irá para mãos brasileiras, e o país continuará tendo em Kaká (2007) seu mais recente vencedor.
Com a vitória de ontem, o PSG pode até perder por 1 a 0 ou 2 a 1 para o Bayern, na próxima terça-feira (13), na capital francesa, que estará presente nas semifinais da Champions pela segunda temporada consecutiva.
No mesmo dia, o Chelsea joga contra o Porto, na Espanha, para tentar confirmar o favoritismo construído com o triunfo de 2 a 0 no confronto de ida. Na quarta, Borussia Dortmund x Manchester City e Liverpool x Real Madrid definem as duas últimas vagas para o grupo dos quatro melhores clubes da temporada europeia.
A decisão do torneio continental está agendada para dia 29 de maio e será disputada no Olímpico Atatürk, em Istambul (Turquia). O estádio originalmente seria palco da final do ano passado, que precisou ser alterada por causa da pandemia da covid-19.
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