Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Como Qatar usa PSG e Neymar como "escudo" em violações de direitos humanos
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Na última Data Fifa, as seleções de Alemanha, Noruega e Holanda aproveitaram o pontapé inicial das Eliminatórias Europeias da Copa do Mundo 2022 para protestar contra o país que vai sediar a competição de futebol mais importante do planeta no próximo ano.
As equipes utilizaram estrelas do porte de Erling Haaland, Matthijs de Ligt e Kai Havertz para enviar mensagens contra as inúmeras violações aos direitos humanos cometidas pela nação árabe, entre elas a utilização de trabalho análogo à escravidão nas obras do Mundial.
Não é de hoje que o Qatar apanha da opinião pública por não respeitar ideias básicas de diversidade e igualdade de gêneros, etnias e orientações sexuais. E, curiosamente, sua resposta a essas críticas também costuma ser dada dentro de campo.
A família Al Thani, que comanda o país desde sua independência, ainda no século 19, não comprou o Paris Saint-Germain e investiu uma fortuna na contratação de Neymar, Kylian Mbappé e cia. porque sonhava em conquistar títulos no futebol ou por achar que o Mercado da Bola é uma boa forma de ganhar ainda mais dinheiro.
O motivo principal da existência da parceria PSG/Qatar é outro: utilizar o esporte para tentar melhorar a imagem da nação árabe no cenário internacional.
Desde então, praticamente todos os governos autoritários de países com condições financeiras minimamente razoáveis passaram a investir no esporte como instrumento de propaganda e ferramenta de marketing.
Com a grana colocada no futebol, o emir do Qatar e seus funcionários de alto escalão esperam que as pessoas de outros países associem primeiramente a nação árabe aos títulos conquistados pelo PSG, aos dribles desconcertantes de Neymar, aos gols de Mbappé e à realização da Copa do Mundo, não mais à exploração de trabalho escravo e a outros ataques aos direitos humanos.
Quando bem executada, essa política ajuda no desenvolvimento do turismo e também no aumento dos investimentos externos na região. Afinal, quase ninguém quer ser cúmplice de quem viola os respeitos básicos à humanidade, mas pega muito bem se aliar a quem faz sucesso no esporte.
Por isso, os donos do PSG sonham tanto com a conquista inédita da Liga dos Campeões da Europa, adorariam ver um dos seus jogadores ser eleito o melhor do mundo, têm feito de tudo para renovar o contrato de Neymar e buscam desesperadamente novos reforços de peso e marketing pesado para a próxima temporada, como Lionel Messi e Sergio Ramos.
O projeto franco-árabe está próximo de atingir sua segunda semifinal consecutiva de Champions. Graças à vitória por 3 a 2 obtida na semana passada, o PSG pode até perder por 1 a 0 ou 2 a 1 na partida de volta do confronto contra o Bayern de Munique, amanhã (13), em Paris, que estará entre os quatro melhores times da Europa na temporada.
O penúltimo dia das quartas terá também o confronto entre Chelsea e Porto, na Espanha. Na quarta-feira (14), Borussia Dortmund x Manchester City e Liverpool x Real Madrid definem as duas últimas vagas para a reta final da competição interclubes mais rica e badalada do planeta.
A decisão do torneio está agendada para dia 29 de maio e será disputada no Olímpico Atatürk, em Istambul (Turquia). O estádio originalmente seria palco da final do ano passado, que precisou ser alterada por causa da pandemia de covid-19.
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