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Vida útil de técnico estrangeiro no Brasil é de apenas 6 meses e meio
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Os dirigentes do futebol brasileiro já se acostumaram com a ideia de contratar treinadores estrangeiros. Só que agora falta encontrar maneiras para fazer com que eles permaneçam por aqui.
Desde 2018, 14 técnicos nascidos no exterior trabalharam nos 13 clubes mais poderosos do país (os 12 tradicionais grandes e o Athletico-PR). E o tempo médio de permanência deles no cargo foi de apenas 198 dias, ou seis meses e meio.
Para não distorcer o cálculo, a média ignora os três trabalhos de gringos ainda em andamento: o do português Abel Ferreira, que comanda o Palmeiras desde novembro, o do argentino Hernán Crespo, à frente do São Paulo há dois meses, e o do espanhol Miguel Ángel Ramírez, que assumiu o Internacional em março.
De todos os treinadores estrangeiros que passaram pelos maiores clubes do Brasil nos últimos três anos, apenas um, o português Jorge Jesus, chegou a completar aniversário de um ano em um clube.
Mas, para sobreviver por tanto tempo à frente do Flamengo, ele precisou ganhar quase tudo que disputou: Campeonato Brasileiro, Libertadores, Supercopa do Brasil, Estadual do Rio e Recopa Sul-Americana. Seu sucessor, o espanhol Domènec Torrent, que não venceu nenhuma competição, teve o contrato rescindido depois de 101 dias de trabalho.
Por outro lado, três técnicos pediram demissão ou foram demitidos antes mesmo de fecharem um ciclo de dois meses na função. O caso mais absurdo foi o do argentino Ramón Díaz, dispensado pelo Botafogo 22 dias depois de ter sido contratado e sem ter dirigido o time em uma única partida.
O venezuelano Rafael Dudamel também durou muito pouco no Atlético-MG. Ele caiu em fevereiro do ano passado, depois de míseros dez jogos, que incluíram eliminações na Copa do Brasil e na fase preliminar da Libertadores.
O argentino Ariel Holan, que pediu demissão do Santos na última segunda-feira, também não ficou nem 60 dias no Brasil. Foram apenas 12 jogos entre sua estreia no Campeonato Paulista (derrota por 4 a 0 para o São Paulo) e a despedida, novamente após um insucesso em clássico (2 a 0 ante o Corinthians).
O treinador pediu para ir embora devido ao ambiente tóxico que tomou conta da Vila Belmiro neste começo de temporada. Além de ter perdido um dos principais jogadores do elenco, Yeferson Soteldo, negociado com o Toronto FC, Holan conviveu com uma pesada cobrança feita por torcedores e até algumas ameaças de agressão.
Outros estrangeiros, mesmo aqueles que vinham fazendo bons trabalhos por aqui, aproveitaram a primeira boa oportunidade que apareceu para pularem fora do futebol brasileiro e irem para mercados mais estáveis.
Jesus, por exemplo, deixou o Flamengo para voltar a Portugal e comandar o Benfica. Eduardo Coudet foi embora do Internacional quando liderava a Série A para assumir o Celta, que na época lutava contra o rebaixamento no Espanhol. E Jorge Sampaoli abandonou o Atlético-MG no finalzinho da temporada passada para dirigir o Olympique de Marselha.
Técnicos estrangeiros no Brasil (desde 2018)
Ramón Díaz (ARG) - ficou 22 dias no Botafogo
Rafael Dudamel (VEN) - ficou 56 dias no Atlético-MG
Miguel Ángel Ramírez (ESP) - está há 57 dias no Inter
Ariel Holan (ARG) - ficou 58 dias no Santos
Hernán Crespo (ARG) - está há 61 dias no São Paulo
Ricardo Sá Pinto (POR) - ficou 76 dias no Vasco
Domènec Torrent (ESP) - ficou 101 dias no Flamengo
Abel Ferreira (POR) - está há 175 dias no Palmeiras
Jesualdo Ferreira (POR) - ficou 217 dias no Santos
Diego Aguirre (URU) - ficou 244 dias no São Paulo
Eduardo Coudet (ARG) - ficou 313 dias no Inter
Jorge Sampaoli (ARG) - ficou 342 dias no Santos
Jorge Sampaoli (ARG) - ficou 361 dias no Atlético-MG
Jorge Jesus (POR) - ficou 395 dias no Flamengo
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