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Como o City se tornou um império global antes mesmo de vencer a Champions
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Na semana passada, o Vasco anunciou a venda do meia-atacante Talles Magno, uma das principais revelações do clube nos últimos anos, ao City Football Group.
O garoto de 18 anos irá defender as cores do New York City na MLS (Major League Soccer). Caso consiga se destacar no futebol dos Estados Unidos, é bem provável que daqui a algumas temporadas esteja disputando o Campeonato Espanhol pelo Girona ou o Francês com a camisa do Troyes.
Agora, caso o brasileiro se mostre um fenômeno no soccer e vire aquele jogador que todos os clubes desejam, seu futuro destino deve ser mesmo o Manchester City, um dos finalistas da Liga dos Campeões da Europa nesta temporada.
Todos os cenários apresentados acima mostram como o adversário do Chelsea na decisão da temporada 2020/21 do torneio interclubes mais importante do planeta conseguiu se transformar em um império global mesmo antes de vencer a Champions.
O City, equipe inglesa dirigido por Pep Guardiola e que conta com astros do calibre de Kevin de Bruyne, Rúben Dias e Ilkay Gündogan, é apenas a cabeça de uma holding proprietária de dez clubes espalhados por dez países diferentes.
Financiado pelo dinheiro da família real de Abu Dhabi (e com participações acionárias minoritárias de um fundo norte-americano e outro chinês), o grupo possui times também em Estados Unidos, Austrália, Japão, Uruguai, Espanha, China, Índia, Bélgica e França.
O City Group possui ainda parcerias firmadas com o Bolívar, tradicional clube boliviano que quase todos os anos dá as caras na Libertadores, e o Vannes, equipe da quarta divisão francesa.
O objetivo desse conglomerado cheio de tentáculos é o mesmo da maioria das empresas/empresários que decidem investir no futebol: ganhar dinheiro com o esporte mais popular do planeta.
E, para que isso aconteça, cada braço da holding tem uma missão bem específica.
O Manchester City é a marca global, aquela que é consumida por torcedores de todo o planeta e que fatura pesado com venda de camisas e merchandising. Consequentemente, quase todo o trabalho do conglomerado gira em torno de fazer com que ele bombe.
New York City (EUA), Sischuan Jiuniu (China), Mumbai City (Índia) e Yokohama Marinos (Japão), por exemplo, podem até servir também para revelar jogadores. Mas seu papel principal é fortalecer a marca do clube principal do grupo em importantes mercados consumidores.
Girona (Espanha) e Troyes (França) funcionam principalmente como incubadoras. Essas equipes são usadas pelo grupo para maturar jovens talentos que ainda não estão prontos para defender o atual campeão inglês.
Já o Montevideo City Torque (Uruguai) desempenha um papel parecido dentro do cenário sul-americano e busca aumentar a bagagem de talentos detectados no continente antes de uma transferência para a Europa.
Mas ainda que essas equipes-satélites existam prioritariamente como business, elas também têm conseguido resultados esportivos bastante satisfatórios.
O Troyes acabou de vencer a Ligue 2 e disputará a elite francesa na próxima temporada. Melbourne City e Mumbai City são os atuais campeões australiano e indiano, respectivamente. E o Torque está disputando a Copa Sul-Americana neste ano.
A decisão da edição 2020/21 da Champions será disputada no próximo sábado (29), no estádio do Dragão, no Porto (POR). Originalmente, a partida seria jogada em Istambul, mas, assim como no ano passado, a sede teve de ser alterada por causa da pandemia de covid-19.
Em Portugal, o jogo que decidirá o campeão europeu desta temporada poderá contar com a presença de público (ainda que reduzido). Doze mil ingressos foram colocados à venda, seis mil para torcedores de cada time.
Essa será a terceira final 100% inglesa na história da competição. Em 2008, o Chelsea foi derrotado nos pênaltis pelo Manchester United após empate por 1 a 1 com a bola rolando. Duas temporadas atrás, o Liverpool se sagrou campeão europeu com uma vitória por 2 a 0 sobre o Tottenham.
O torneio teve outras cinco decisões entre clubes do mesmo país: três espanholas (todas vencidas pelo Real Madrid, em 2000, 2014 e 2016), uma italiana (Milan 0 x 0 Juventus, em 2003, com triunfo rossonero nos pênaltis) e uma alemã (Bayern de Munique 2 x 1 Borussia Dortmund, em 2013).
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