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Rafael Reis

REPORTAGEM

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"Craque de seleção", atacante do Atlético-MG faz 60% mais gols pelo Chile

Vargas tem desempenho bem melhor na seleção do que em clubes - Twitter da Copa América
Vargas tem desempenho bem melhor na seleção do que em clubes Imagem: Twitter da Copa América

24/06/2021 04h00

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"Mas esse cara só joga bem no seu clube. Na seleção, nunca mostrou nada". Não importa se está no Brasil, na Argentina, na Inglaterra, na Espanha, na França ou em qualquer lugar do mundo, todo torcedor que gosta de uma equipe nacional já falou ou ouviu essa frase.

Só que o contrário também existe. E aí é difícil encontrar um exemplo melhor que personifica o conceito de "craque de seleção" que o chileno Eduardo Vargas.

O atacante do Atlético-MG que hoje enfrenta o Paraguai, às 21h, no Mané Garrincha, em Brasília (DF), pela quarta rodada do Grupo A da Copa América, está a somente três gols de se tornar o maior artilheiro da história da competição.

O camisa 11, que marcou dois dos três chilenos na edição deste ano, está disputando o torneio pela terceira vez e já meteu 14 bolas nas redes. Os recordistas são o brasileiro Zizinho e o argentino Norberto Méndez, com 17 tentos.

Vargas é um fenômeno com a camisa da seleção. Apesar de nunca ter se firmado em clubes importantes da Europa (deu errado na Itália, na Espanha, na Inglaterra e na Alemanha), já é o segundo maior goleador da história da "Roja" (40 gols) e deixou para trás lendas do porte de Marcelo Salas e Iván Zamorano.

Pelo Chile, o atacante tem 40 gols anotados em 98 partidas. A marca de 0,41 tento por partida é 64% melhor que sua média histórica nos noves clubes que defendeu ao longo da carreira: 0,25 gol por jogo (116 em 460 apresentações).

O desempenho do Atlético-MG não chega nem nesse nível. Contratado em novembro do ano passado, ele marcou sete gols em 32 partidas com a camisa alvinegra até o momento, média de 0,22 por jogo.

Antes de se apresentar à seleção, Vargas já não vinha nem mais sendo titular da equipe mineira. O técnico Cuca estava preferindo escalar Hulk no comando de ataque e deixar o chileno como opção para o segundo tempo.

Com uma vitória (Bolívia) e dois empates (Argentina e Uruguai) nas três primeiras rodadas, o Chile ocupa a vice-liderança do Grupo A da Copa América. Com cinco pontos conquistados até o momento, está atrás apenas da seleção de Lionel Messi, que tem sete.

A primeira fase classifica oito das dez seleções participantes e vai até a próxima segunda-feira. A partir da sexta seguinte, serão disputadas as partidas válidas pelos mata-matas decisivos do torneio.

A final da competição continental está marcada para 10 de julho e será jogada no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, mesmo palco da decisão da edição passada. Em 2019, o Brasil aproveitou o fator casa e levantou o troféu pela sexta vez na história.

Originalmente, a Copa América era para ter sido realizada no ano passado e compartilhada entre duas sedes, Argentina e Colômbia. Por conta da pandemia da covid-19, o torneio foi adiado em 12 meses.

No mês passado, já perto da bola rolar, os dois países que a receberiam competição anunciaram à Conmebol que não pretendiam mais organizá-la.

Mesmo com altos números de contaminados e mortos pelo coronavírus e enfrentando forte rejeição da opinião pública, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) ofereceu o Brasil para ser sede mais uma vez.

Média de Vargas com cada camisa

Universidad de Chile (2010-2011): 0,42 gol por partida
Chile (desde 2009): 0,41 gol por partida
Tigres-MEX (2017-2020): 0,27 gol por partida
Grêmio (2013): 0,24 gol por partida
Atlético-MG (desde 2020): 0,22 gol por partida
Cobreloa-CHI (2007-2009): 0,20 gol por partida
Valencia-ESP (2014): 0,20 gol por partida
Queens Park Rangers-ING (2014-15): 0,18 gol partida
Napoli-ITA (2012-2013): 0,11 gol por partida
Hoffenheim-ALE (2015-2017): 0,07 gol por partida