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Como a Itália saiu do "fundo do poço" para virar sensação da Euro em 4 anos
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No dia 13 de novembro de 2017, a seleção italiana conheceu o fundo do poço. O empate sem gols contra a Suécia, em um estádio com mais de 72 mil torcedores gritando em seu favor, decretou a ausência da equipe tetracampeã mundial na Copa da Rússia, que seria disputada no ano seguinte.
A Azzurra, que já vinha sofrendo com a falta de resultados positivos e não andava botando medo em mais ninguém, encerrou assim uma sequência de 12 participações consecutivas em Mundiais.
Também enterrou uma geração de nomes consagrados, como Gianluigi Buffon, Daniele de Rossi e Andrea Barzagli. E levantou dúvidas se seria possível retornar à prateleira de cima do futebol em pouco tempo.
Quatro anos passaram desde então, e aquelas incertezas hoje até parecem um exagero provocado pelo desespero. Afinal, é com o status de uma das favoritas ao título da Eurocopa que a Itália enfrenta a Áustria, a partir das 16h (de Brasília), pelas oitavas de final do torneio.
A empolgação não é à toa. O time comandado por Roberto Mancini beirou a perfeição na fase de grupos: teve a melhor campanha dentre os 24 países participantes (venceu Gales, Suíça e Turquia), uma das duas únicas defesas que ainda não foram vazadas e o segundo ataque mais eficiente (sete gols, menos apenas que a Holanda, que marcou oito vezes).
Além disso, já ostenta uma invencibilidade de 30 partidas consecutivas desde que foi batida pela última vez, lá em setembro de 2018, por Portugal. Essa já é a quarta maior sequência sem derrotas de uma seleção na história do futebol.
A reformulação da Itália não é mérito exclusivo do treinador, que já trabalhou na Inter de Milão, na Lazio e no Manchester City, mas também reflexo de um movimentou que alterou profundamente o Calcio nos últimos anos.
Sem tanto dinheiro quanto no passado, clubes como Milan, Inter de Milão e Roma tiveram de deixar um pouco de lado a contratação de veteranos consagrados e começaram a olhar com mais carinho para suas categorias de base e jovens que despontavam no cenário local.
Foram assim que surgiram novos talentos, como o goleiro Gianluigi Donnarumma e os meias Manuel Locatelli e Nicolò Barella, já titulares da seleção, e alguns reservas bastante aproveitados, casos de Federico Chiesa e Matteo Pessina. Todos eles têm menos de 25 anos.
Com elencos mais jovens, o futebol praticado na Itália também se transformou. O jogo defensivo que marcou gerações anteriores da Bota foi aos poucos dando lugar para uma forma mais moderna e ofensiva de buscar os resultados.
Nas últimas temporadas, o Campeonato Italiano teve média superior a 3 gols por partida, mais alta do que as primeiras divisões de Inglaterra, França e Espanha. A seleção seguiu o mesmo caminho e balançou as redes nos seus 12 últimos compromissos.
O primeiro dia da fase final da Euro terá a realização de duas partidas. Além do confronto entre Itália e Áustria, Gales e Dinamarca também medirão forças por vaga nas quartas de final. As oitavas da competição continental vão até a próxima terça-feira.
O sucessor de Portugal no posto de campeão europeu de seleções será conhecido no dia 11 de julho. O estádio de Wembley, em Londres (Inglaterra), receberá a decisão.
Originalmente, o torneio era para ter sido disputado no meio do ano passado. No entanto, a pandemia de covid-19 fez com que fosse adiado em 12 meses.
A novidade desta edição é que não há uma sede fixa. Para comemorar os 60 anos do continental, a Uefa decidiu realizar a competição em 11 cidades espalhadas por 11 países diferentes (alguns que nem classificaram suas seleções).
Além da Inglaterra, sede da última partida, a Euro-2020 (sim, ela manteve esse nome mesmo com o adiamento da data) também está passando por Itália, Azerbaijão, Dinamarca, Alemanha, Escócia, Espanha, Hungria, Holanda, Romênia e Rússia.
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