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Como são-paulino fez técnico sensação da Eurocopa ser acusado de xenofobia
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Dona da melhor campanha da Eurocopa, a seleção italiana conta com três jogadores que nasceram no Brasil em seu elenco: o lateral esquerdo Emerson Palmieri, o zagueiro Rafael Tolói e o volante Jorginho.
Mas Roberto Mancini, técnico da Azzurra, que hoje enfrenta a Bélgica, a partir das 16h (de Brasília), na Allianz Arena, em Munique (Alemanha), por vaga na semifinal do torneio continental, nem sempre gostou dessa ideia.
Seis anos atrás, quando ainda dirigia a Inter de Milão, o treinador criticou a chegada à seleção do atacante Éder, também nascido no Brasil e que hoje defende o São Paulo. Ele foi acusado de xenofobia por esse posicionamento.
De acordo com Mancini, ter pais ou avós nascidos na Itália (caso dos quatro jogadores citados acima e também de Franco Vázquez, jogador originário da Argentina também criticado por ele) não deveria ser suficiente para que alguém fosse tratado como italiano no mundo do futebol.
"A seleção italiana deveria ser italiana. Um jogador nascido na Itália merece jogar pela seleção italiana. Já um jogador que não nasceu na Itália, mesmo que tenha parentes italianos, não acho que mereça", disse o técnico, sobre as decisões tomadas por Antonio Conte, que dirigia a Azzurra na época.
Tradicionalmente, a Itália é uma das seleções do planeta inteiro que mais aproveitam descendentes dos processos migratórios em suas convocações.
Lá em 1934, quando foi campeã da Copa do Mundo pela primeira vez, a Azzurra já tinha no seu grupo de jogadores um atleta nascido no Brasil (Filó, ou Anfilogino Guarisi) e quatro importados da Argentina (Attilio Demaria, Enrique Guaita, Luis Monti e Raimundo Orsi).
O último título mundial italiano, conquistado em 2006, também teve a ajuda de dois "oriundi": os meias Mauro Camoranesi, que nasceu na Argentina, e Simone Perrotta, originário da Inglaterra.
Ao longo da história, pelo menos dez jogadores de origem brasileira vestiram a camisa da equipe tetracampeã mundial. O processo se intensificou bastante neste século, com as convocações de nomes como Thiago Motta, Amauri e Éder.
Quando assumiu o comando da seleção, depois da não classificação para a Copa-2018, Mancini mudou de ideia em relação ao aproveitamento daqueles que ele considerava ser estrangeiros. Jorginho, que já era convocado, virou titular absoluto do time, enquanto Emerson e Tolói receberam suas primeiras oportunidades.
Itália e Bélgica venceram as quatro partidas que disputaram até o momento e são as únicas seleções ainda com 100% de aproveitamento na Eurocopa. Só que o time de Mancini tem um saldo de gols melhor (oito, contra sete do seu adversário de hoje).
Além da partida entre os favoritos, o primeiro dia das quartas de final da Eurocopa terá o encontro entre suíços e espanhóis. Os vencedores dos dois confrontos programados para hoje se enfrentarão em uma das semifinais.
O sucessor de Portugal no posto de campeão europeu de seleções será conhecido no dia 11 de julho. O estádio de Wembley, em Londres (Inglaterra), receberá a decisão.
Originalmente, o torneio era para ter sido disputado no meio do ano passado. No entanto, a pandemia da covid-19 fez com que ele fosse adiado em 12 meses.
A novidade desta edição é que não há uma sede fixa. Para comemorar os 60 anos do continental, a Uefa decidiu realizar a competição em 11 cidades espalhadas por 11 países diferentes (alguns que nem classificaram suas seleções).
Além da Inglaterra, sede da última partida, a Euro-2020 (sim, ela manteve esse nome mesmo com o adiamento da data) também está passando por Itália, Azerbaijão, Dinamarca, Alemanha, Escócia, Espanha, Hungria, Holanda, Romênia e Rússia.
Eurocopa - confrontos das quartas de final
Suíça x Espanha, hoje, 13h, estádio Krestovsky, São Petersburgo (RUS)
Bélgica x Itália, hoje, 16h, Allianz Arena, Munique (ALE)
República Tcheca x Dinamarca, amanhã, 13h, Olímpico de Baku (AZE)
Inglaterra x Ucrânia, amanhã, 16h, Olímpico de Roma (ITA)
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