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Itália pode coroar revolução com título da Euro e melhor ataque da história
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Era uma vez uma seleção historicamente famosa por vencer jogando na retranca, que idolatra como ninguém seus goleiros e zagueiros e que realmente acredita na máxima de que vencer por 1 a 0 já é uma goleada.
Pois essa seleção pode conquistar hoje o título da Eurocopa jogando como jamais imaginou: indo para cima dos adversários e conquistando a torcida de quem gosta de um futebol bem jogado. De quebra, pode ainda entrar para o livro dos recordes como o melhor ataque da história da competição.
Definitivamente, a Itália que enfrenta a anfitriã Inglaterra, a partir das 16h (de Brasília), no estádio de Wembley, em Londres, pelo posto de sucessora de Portugal como campeã continental, não tem cara de Itália.
O time comandado por Roberto Mancini tem 12 gols anotados no torneio e já igualou as melhores marcas de qualquer equipe italiana em qualquer competição de primeiro escalão (Eurocopa e Copa do Mundo).
Se balançar as redes duas vezes na decisão contra os ingleses, a Azzurra alcançará o recorde de 14 tentos da França na competição da Uefa de 1984. Agora, se marcar pelo menos três gols, será a dona do melhor ataque que o torneio já viu em seis décadas de existência.
Curiosamente, apesar da alta produtividade do seu setor ofensivo, a Itália não tem um artilheiro destacado. Sua fábrica de gols é das mais solidárias. Federico Chiesa, Ciro Immobile, Lorenzo Insigne, Manuel Locatelli e Matteo Pessina marcaram duas vezes cada. Houve ainda um gol de Nicolò Barella e um gol contra.
Na soma de todas as competições e amistosos, a atual seleção italiana já defende uma sequência de 15 partidas consecutivas marcando pelo menos um gol. A última vez que passou em branco foi no 0 a 0 contra a Polônia, em outubro, pela Liga das Nações.
A série sem perder é ainda mais expressiva: 33 partidas, a terceira maior da história do futebol de seleções. Apenas o Brasil (36 jogos, entre 1993 e 1996) e a Espanha (35 compromissos, entre 2007 e 2009) ficaram mais tempo sem serem derrotados.
Os italianos não sabem o que é perder desde o dia 10 de setembro de 2018, quando foram batidos por 1 a 0 por Portugal. Aquela, no entanto, foi apenas a quinta partida da Azzurra sob comando de Mancini.
O ex-atacante, que marcou época com a camisa da Sampdoria e que já treinou Manchester City, Inter de Milão e Lazio, assumiu a seleção logo depois do fracasso da não classificação para a Copa do Mundo da Rússia.
Suas missões eram claras: reformular o jogo praticado pela Itália e recolocar a Azzurra na prateleira de cima de forças do futebol mundial. Acho que não restam dúvida que esses objetivos estão sendo atingidos.
A decisão de hoje é a primeira final continental da história da Inglaterra, que só tem um título relevante em toda sua existência, a Copa do Mundo de 1966. Já a tetracampeã mundial Itália ganhou a Eurocopa em 1968 e foi duas vezes vice (2000 e 2012).
Originalmente, a Eurocopa era para ter sido disputada no meio do ano passado. No entanto, a pandemia da covid-19 fez com que ela fosse adiada em 12 meses.
A novidade desta edição é que não há uma sede fixa. Para comemorar os 60 anos do continental, a Uefa decidiu realizar a competição em 11 cidades espalhadas por 11 países diferentes (alguns que nem classificaram suas seleções).
Além da Inglaterra, sede de toda a reta final, a Euro-2020 (sim, ela manteve esse nome mesmo com o adiamento da data) também passou por Itália, Azerbaijão, Dinamarca, Alemanha, Escócia, Espanha, Hungria, Holanda, Romênia e Rússia.
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