Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Com Messi, PSG revive "projeto galáctico" e ilusão de ser um time imbatível
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Maior vencedor da história dos prêmios de melhor jogador do mundo, o hexacampeão Lionel Messi agora será companheiro de time de Neymar e Kylian Mbappé, talvez os dois atacantes mais talentosos do planeta que nunca venceram a eleição da Fifa.
No novo elenco do Paris Saint-Germain, eles ainda dividirão vestiário e campo com o goleiro Gianluigi Donnarumma, eleito o craque da última Eurocopa, com o espanhol Sergio Ramos, líder do time mais vitorioso da última década, e com mais uma série de nomes do primeiro escalão do futebol mundial, como Marquinhos, Marco Verratti e Ángel di María.
Por isso, é até compreensível a euforia que tomou conta dos torcedores do PSG quando que eles perceberam que a equipe francesa realmente conseguiria concretizar a contratação de Messi, o reforço mais esperado de sua história.
Desde o fim da última semana, o que não tem faltado nas redes sociais são frases do tipo "agora a conquista da Champions é só uma questão de tempo", "montamos um time imbatível" ou "vamos passear nesta temporada".
Só que, em um esporte tão propício a zebras como é o futebol, essa onda exagerada de otimismo pode acabar sendo uma bela armadilha. Por mais talentos individuais que você consiga reunir em uma mesma equipe, o sucesso nunca será uma garantia.
Foi essa a lição deixada pelo último clube europeu que investiu pesado na contratação de superstars da bola e conseguiu juntar em um mesmo elenco inúmeros jogadores com potencial de melhor do mundo.
No começo do século, o Real Madrid uniu Zinédine Zidane, Ronaldo e Luís Figo, três vencedores das eleições da Fifa, aos não menos consagrados David Beckham, Roberto Carlos e Raúl.
O projeto "Galácticos", como ficou conhecido, até teve seus grandes momentos, mas rendeu bem menos do que uma constelação dessas prometia. Entre o segundo semestre de 2000 e o primeiro de 2006, o time espanhol ganhou apenas uma Champions, um Mundial de Clubes e duas edições do Campeonato Espanhol.
Além da já conhecida imprevisibilidade do futebol, o PSG de Messi, Neymar e Mbappé terá de resolver uma equação que os galácticos de Madri jamais conseguiram vencer: o equilíbrio entre defesa e ataque.
Os três protagonistas da equipe espanhol não estão muito acostumados a ajudar na marcação. Pelo contrário, tanto nos clubes quanto nas seleções que defendem, eles normalmente são os jogadores que pouco participam da fase defensiva para não se cansarem muito e poderem decidir com a bola no pé.
Só que, no futebol contemporâneo, não tem como um time se dar ao luxo de liberar três dos seus atletas da obrigação de tentar anular os adversários. Não há sistema defensivo que aguente uma sobrecarga dessas.
Para piorar, o PSG tem um problema crônico desde que entrou para o grupo dos novos ricos do futebol europeu: a falta de competitividade do Campeonato Francês.
Apesar de ter perdido para o Lille o título da última Ligue 1 (mais por desprezo à competição do que pela força do adversário), o clube de Paris não consegue encontrar no cenário local muitos adversários que o obriguem a jogar com o pé cravado no acelerador.
Por isso, sempre corre o risco de chegar às fases mais decisivas da Champions, quando precisa se deparar com os outros pesos pesados do continente, desacostumado a jogar com 100% do seu potencial. Apesar de dispor de mais talento que qualquer outro clube do planeta, essa falta de ritmo (aliada à questão tática explicada acima) pode custar caro.
Por isso, por mais tentador que seja cravar que o novo PSG pode ser uma equipe quase imbatível, só o campo dirá se todo esse desejo de grandeza não será apenas uma mais bela ilusão.
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