Só pode ser de Áries: time russo é acusado de contratar técnico pelo signo

O português Rui Vitória comandou o Benfica durante quatro temporadas, já conquistou quatro títulos nacionais (três pelo clube de Lisboa e um Campeonato Saudita, com o Al-Nassr) e foi eleito duas vezes o melhor treinador do seu país.

Mas, de acordo com um dirigente recém-saído do Spartak Moscou, o currículo vitorioso não foi o principal critério que fez o compatriota de Cristiano Ronaldo ser contratado para comandar a equipe russa.

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Segundo o ex-diretor esportivo Dmitry Popov, que deixou o clube há uma semana e meia, Vitória só é o técnico do time moscovita porque ele é de signo de áries e seu nome começa com a letra R.

A administração baseada em princípios de astrologia e numerologia é influência direta de Zarema Salikhova, esposa do dono do Spartak, Leonid Fedun. Segundo Popov, ela é figura determinante em tudo que acontece no clube.

A revelação foi feita depois que o dirigente pediu demissão do time russo durante o intervalo da derrota por 2 a 0 para o Benfica, pelas fases preliminares da Liga dos Campeões da Europa, no dia 4 de agosto.

Chamado de "rato" por Salikhova devido à decisão de abandonar o time no meio de uma partida importante, Popov resolveu contra-atacar e publicou em sua conta na rede social "Telegram" mensagens que trocou com a primeira-dama durante o processo de contratação de técnico do Spartak.

Nesse bate-papo, a esposa de Fedun dizia que o novo técnico do clube precisaria necessariamente atender aos critérios descritos acima (de nome e signo) e sugere o espanhol Rafael Benítez, que curiosamente faz aniversário no mesmo dia de Vitória (16 de abril).

Só que Rafa assinou com o Everton, e um outro treinador que se encaixava na fórmula pré-estabelecida por ela acabou contratado. Mesmo assim, Salikhova não ficou contente com a escolha do português e deixou o cargo que diretora financeira que ocupava no clube.

O caso Spartak não é a primeira polêmica envolvendo futebol e o valor dos signos. A história mais conhecida envolve a convocação da seleção francesa para a Copa do Mundo-2010 e seu treinador na época, Raymond Domenech.

O então comandante dos Bleus era um estudioso declarado de astrologia e resolveu não levar para a África do Sul os meias-atacantes Robert Pirès (Villarreal) e Ludovic Giuly (Paris Saint-Germain).

Pirès não ficou quieto com a exclusão. Pelo contrário, deu uma entrevista afirmando que ele e seu outro companheiro não convocado só não estavam na seleção porque eram de escorpião, signo que Domenech prefere não ter nos elencos com os quais trabalha por considerar que eles "não são pessoas boas e têm dificuldades para conviver com os demais".

O começo de trabalho do ariano Rui Vitória à frente do Spartak não tem sido nada positivo. O clube perdeu quatro dos seis primeiros jogos da temporada, já foi eliminado pelo Benfica da Champions e, mesmo após a vitória por 1 a 0 sobre o Ural, no sábado, está na metade de baixo da tabela de classificação do Campeonato Russo.

A equipe de Moscou é uma das mais poderosas do país e detém o recorde de títulos desde o fim da União Soviética (10, contra sete do Zenit São Petersburgo, segundo maior campeão). A última vez que levantou a taça foi em 2016/17. Na temporada passada, ficou com o vice.