Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
O que explica a melhor campanha da história do Brasil na Libertadores?
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Pela primeira vez em mais de 60 anos de história da Copa Libertadores da América, o Brasil emplacou três dos quatro semifinalistas da competição interclubes mais importante do calendário continental: Palmeiras, Atlético-MG e Flamengo.
Isso significa que, pelo terceiro ano consecutivo, o país pentacampeão mundial de futebol terá pelo menos um representante na final do torneio. E é bem possível que a história de 2020 se repita, com duas equipes nacionais decidindo o título.
Há ainda 75% de chance matemática de o troféu da Libertadores encontrar casa no Brasil pela terceira temporada consecutiva. Ao longo das seis décadas anteriores, essa sequência aconteceu duas vezes: entre 1997 e 1999, com Cruzeiro, Vasco e Palmeiras, e entre 2010 e 2013, quando foram quatro conquistas tupiniquins com Internacional, Santos, Corinthians e Atlético-MG.
O trio nacional tem feito uma campanha histórica na Libertadores deste ano. Juntos, eles acumulam 22 vitórias, sete empates e somente uma derrota. Eles marcaram 73 gols e sofreram apenas 23. E possuem ainda dois dos três principais artilheiros da competição (Gabigol, do Fla, e Hulk, do Atlético-MG).
As informações acima deixam claro que o futebol brasileiro hoje está em um patamar diferente do restante da América do Sul. Nossos clubes mais fortes estão alguns degraus acima das maiores potências argentinas, uruguaias, colombianas e paraguaias. A questão é: como alcançamos esse cenário de hegemonia?
As respostas mais certeiras para essa pergunta são três: dinheiro, dinheiro e dinheiro.
De acordo com o "Transfermarkt", site especializado na cobertura no Mercado da Bola, os clubes da primeira divisão nacional gastaram na soma dos últimos três anos um total de 271 milhões de euros (R$ 1,7 bilhão, na cotação atual) com compra e empréstimo de jogadores para melhorar seus elencos.
No mesmo período, os times da elite da Argentina, tradicionalmente o rival mais poderoso do futebol brasileiro no continente, investiram pouco mais da metade desse valor em reforços: 141 milhões de euros (R$ 893 milhões).
A soma dos gastos de todos os outros países filiados à Conmebol e que participam da Libertadores (Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Bolívia) não chegou nem à marca dos argentinos, quem dirá dos brasileiros...
Enquanto o Brasil conta hoje no seu cenário local com nomes de larga experiência internacional, como Diego Costa, Filipe Luís e Giorgian de Arrascaeta, os outros países do continente têm sofrido com a debandada de talentos.
Só o River Plate, talvez o clube mais constante da América do Sul na segunda metade da década passada, perdeu nesta temporada três dos seus pilares: o lateral direito Gonzalo Montiel, o atacante Rafael Santos Borré o meia Nacho Fernández, que cruzou a fronteira para jogar no Atlético-MG.
As semifinais da Libertadores estão agendadas para as semanas dos dias 21 e 28 de setembro. De um lado da chave, estão Palmeiras e Atlético-MG, garantia de que haverá um brasileiro na decisão. A outra vaga sairá do confronto entre Flamengo e o equatoriano Barcelona de Guayaquil.
O próximo campeão sul-americano será conhecido em 27 de novembro. Desta vez, a final está marcada para o estádio Centenário, em Montevidéu, capital do Uruguai. Pouco depois, o novo detentor da taça já viajará ao Japão para a disputa do Mundial de Clubes, que será jogado entre 9 e 19 de dezembro.
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